Inicio esta peça parafraseando André Luiz/Francisco Cândido Xavier, que
nos diz:
“É sempre fácil examinar as consciências alheias, identificar os erros do
próximo, opinarem questões que não nos dizem respeito, indicar as fraquezas dos
semelhantes, educar os filhos dos vizinhos, reprovar as deficiências dos
companheiros, corrigir os defeitos dos outros aconselhar o caminho reto a quem
passa. Receitar paciência a quem sofre e retificar as más qualidades de quem
segue conosco… mas enquanto nos distraímos em tais incursões a distância de nós
mesmos, não passamos de aprendizes que fogem levianos, à verdade e à lição”.
Na Maçonaria, como em qualquer outra instituição, quando as pessoas vivem
em oposição e distanciadas umas das outras, não podem levar a cabo o grande
empreendimento em comum que, no nosso caso, é o de construir uma sociedade mais
justa e mais perfeita. Seus pontos de vista divergem demais. Nessas
circunstâncias, é, sobretudo, importante que não se proceda com grosserias e
ataques pessoais, pois isto só agravaria a oposição. A forma de agir, em tais
circunstâncias, deve se restringir a uma influência gradual em aspectos
menores.
Em geral a oposição aparece como um obstáculo, mas quando ela representa
polaridades contrárias no interior de um todo que as engloba, tem uma função
benéfica e importante. As oposições entre o céu e a terra, o espírito e a
natureza, entre o homem e a mulher, promovem a criação e a multiplicação da
vida quando se descobre serem as diferenças complementares entre si.
Devemos ter em mente, que o homem de caráter superior mantém sua
individualidade em meio à multidão ou em meio à sua comunidade. Os dois
elementos, óleo e água, mesmo quando estão juntos, nunca se misturam, porém,
conservam sua natureza própria. Do mesmo modo, o homem superior também nunca se
deixa levar à vulgaridade em virtude do convívio e de interesses comuns com
pessoas de índole diversa da sua.
Às vezes parece que tudo está contra agente. Vemos-nos barrados e detidos
em nosso caminhar em busca do progresso, sentimo-nos insultados e feridos,
dá-nos vontade de desistir, de cair fora, de abandonar tudo. Mas nós não
devemos nos deixar confundir.
Apesar de toda a contraposição, é preciso que nos mantenhamos unidos
àqueles com quem possuímos afinidades. Pois, agindo assim, acredito que apesar
de um aparente mau começo, ao final tudo acabará bem, visto que somos irmãos, …
ou não?
“Viver em harmonia com as pessoas” parece ser um dos mais aflitivos
problemas da vida para aqueles que admitem ter problemas. Relações humanas
felizes e harmônicas constituem, na verdade, objetivo elogiável para todas as
pessoas. É normal divergirmos de outros em nossos contatos diários, porém não é
normal nem necessário nos tornarmos antagonistas de todas as pessoas que de nós
divergem.
O progresso é conquistado e a verdade revelada apenas pela instituição de
absoluta liberdade de pensamento. De modo geral, sentimo-nos atraídos para
outras pessoas quando descobrimos que com elas temos alguma coisa em comum ou
quando nos deleitamos com algo singular que nelas exista. Nosso conhecimento
transforma-se em amizade; sentimos alegria em conviver com elas.
Então, à medida que conhecemos melhor sua personalidade, descobrimos que
nossos amigos expressam características diferentes da nossa maneira de viver e
de nossa filosofia de ser. Imediatamente, começa a se levantar uma barreira de
dúvida, de suspeita, e a desconfianças urge para arruinar nossa boa amizade.
Verificamos que nossos sentimentos estão divididos entre duas atitudes para com
nossos amigos.
Que Fazer então?
Vez por outra, verificamos que nos tornamos “O sucesso nas reuniões” ou o
centro das atenções e, sejamos honestos, com isso nos deliciamos.
Envaidecemo-nos e deleitamo-nos em receber tanta adulação. Em nossa
vaidade, começamos a pensar que talvez sejamos algo diferente, um pouco
melhores ou mais atraentes do que aqueles que nos circundam. E então,
precisamente quando começamos a nos regozijar com o nosso estrelato, nossos
volúveis amigos transferem sua adulação para outra pessoa.
Ficamos aturdidos! Que fazer então?
Os mesmos amigos que se aperceberam de nossas qualidades soberbas e nos
colocaram no apogeu da popularidade passam a nos abandonar sem uma palavra de
explicação. Sentimo-nos aniquilados e isolados.
Que poderemos fazer para nos recuperar?
Quase todos nós, em uma ou outra ocasião, descobrimos que nos tornamos
vítima inocente de mesquinhos mexericos. Por milhares de razões, aqueles que
estão escravizados pela inveja, pelo ciúme ou pela insegurança tentam compensar
seus próprios problemas com o ataque àqueles que parecem não entender essas
mesmas queixas. Ao invés de pesquisarem a causa da paz por outros desfrutados,
eles se esforçarão para destruir essa paz e tornar as outras pessoas tão
infelizes quanto elas mesmas.
Uma maneira comum e covarde de alcançarem seus objetivos é espalharem
mexericos e boatos, cuidadosa e sutilmente. Lamentavelmente, devido ainda à
fraqueza humana, o mexerico ou o boato quase sempre alcança sucesso em ferir as
pessoas, embora talvez não contenha um fiapo sequer de verdade.
Se estivermos absolutamente convictos de que temos sido sinceros e leais
em nossas relações com os outros e notarmos que eles estão se tornando
artificialmente polidos para conosco e não mais amigos, sempre apressados ou
por demais ocupados para nos receber ou receosos de serem vistos junto a nós,
estaremos provavelmente sendo vítimas de ataques traiçoeiros através dos boatos
e mexericos. Se mais e mais de nossos amigos passarem a nos evitar, fiquemos
atentos contra os mexericos!
Que poderemos fazer para que esses nossos amigos alcancem a visão
espiritual para perceberem a verdade?
Quase todos os seres humanos passam por períodos de depressão ou
melancolia. Esses períodos são tão necessários quanto o respirar, porém nenhum
de nós se contenta com eles. Apenas uns poucos estranhamente os apreciam.
Contudo, somente poderemos reconhecer e apreciar nossos melhores períodos de
alegria e felicidade se estivermos familiarizados com o outro lado da moeda,
que é a tristeza e o desânimo.
Quando em estado de depressão mental, inclinamo-nos a pensar que estamos
sós e que os outros realmente não se importam conosco. Podemos facilmente
encontrar uma explicação negativa para tudo que vemos e ouvimos, e suspeitamos
de todos como se fossem nossos inimigos. O senso comum e o raciocínio objetivo
prontamente nos advertiriam que estamos criando a confusão que queremos imputar
a outros, mas, então, estaremos apenas pensando e não raciocinando.
Como poderemos superar tais períodos de depressão?
Para todos esses questionamentos, meus irmãos, só existe uma resposta:
Tentemos o amor!
Mas, Que é o amor?
Amor é a força que mantém o universo coeso. É a mais pura das energias
positivas. É o conquistador inconquistável. O amor não é cego; vê muito mais
claramente, e inspira compaixão, tolerância e paciência. O amor não aceita a
desesperança. O amor descobre algo de bom ou aproveitável em todas as situações
negativas. O amor é sempre leal e jamais se extingue. O amor é invencível!
Pode haver realmente uma força tão suprema? Ou é o amor simplesmente o
resultado de feiticeiros poderosos que nos fazem ver todas as coisas “através
de lentes coloridas?”
Somente aqueles que já sentiram o amor em todas as suas formas poderão
responder categoricamente. E eles já se manifestaram! O amor constitui o
assunto mais corrente de todo o esforço literário. Na canção judaico-cristã
Song of Solomon, encontramos: “Grande quantidade de água não pode apagar o
amor, nem podem as inundações extingui-lo”.
O chinês Lao-Tse disse:
“Por contingência da fortuna, um homem pode dominar o mundo durante algum
tempo, mas pela força do Amor ele poderá dominar o mundo para todo o sempre.”
Emanuel Swedenborg escreveu:
“O amor, em sua essência, é fogo espiritual.”
E o Mestre Giordano Bruno disse:
“Estamos rodeados pela eternidade e pela força unificadora do amor. Só há
um centro do qual todas as espécies emanam, como raios de um sol,e para o qual
todas as espécies retornam.”
O amor é, em realidade, tudo e todas as coisas que a seu respeito se têm
dito e escrito, porém não podemos conhecer seu maravilhoso poder antes de
tentarmos senti-lo. O amor é altruísta e abnegado; nada objetiva ganhar. O amor
nos torna parte do centro radiante e invisível a que se referiu Giordano Bruno.
Portanto, devemos viver para doar; doar amor, doar felicidade, doar paz, e doar
de nós mesmos abundantemente! Se o nosso amigo e irmão for diferente de nós, –
e certamente é, – sejamos agradecidos. Aprendamos a apreciar a diversidade em
todas as coisas, mesmo nas pessoas.
Amemos toda expressão individual como sendo única. Quando nossa estrela
de popularidade cair, sejamos gratos por ter retornado à “família do homem.”
Ninguém está isolado dos outros; somos todos “um”, mesmo quando
momentaneamente nos destacamos da multidão.
Precisamos de todos, do mesmo modo que eles de nós necessitam. Amemo-los
e eles nos amarão. Não nos preocupemos com a nossa popularidade.
Preocupemo-nos, isso sim, se estamos demonstrando suficiente admiração e amor
pelo esforço desenvolvido por todas as outras pessoas.
Para finalizar, devo acrescentar: Se pessoas medíocres e infelizes
julgarem necessário espalhar mexericos, boatos e ataques levianos a nosso
respeito, não as ataquemos. Tentemos ajudá-las a solucionar seus problemas para
que também elas possam ser felizes. Dispensemos-lhes atenção especial e amor,
pois, com toda certeza, isso é precisamente o que lhes falta.
Sentimo-nos desanimados?
Busquemos muitas pessoas para amar e compreender e fiquemos
suficientemente ocupados para evitar a tristeza.
Quando tudo mais falhar, meus amados e diletos irmãos,…
Tentemos o Amor!
Autor: Luiz Carlos Silva, M. I.
COMPILADO
POR ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOB/GOSP
- R\E\A\A\A
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