A Cadeia de União é
amplamente utilizada como recurso espiritual, não necessariamente por iniciados
que, nesse caso, nem sempre estão atentos para a dimensão e responsabilidade do
seu uso.
Em
Maçonaria, a sua prática tem alto significado, pois condensa os mais sublimes
pressupostos da nossa Ordem.
Os
termos cadeia e prisão são sinônimos e, portanto, “Cadeia de União” quer dizer
“prisioneiros de um amor fraterno universal”, lembrando que os maçons
encontram- -se presos aos seus Irmãos na solidariedade do bem comum e do
crescimento espiritual. Quando da formação da Cadeia de União, o contato mental
é instantâneo, o que quer dizer: nenhum “elo” permanecerá isolado e fora do
todo, tendo essa formação mental e a Palavra Semestral o dom mágico de unir
elos esparsos. A palavra união encontra seu sentido no Salmo 133, onde se lê:
“Oh! Quão bom e quão suave é que os Irmãos vivam em união”.
Numa
perspectiva física, é notório que uma série de átomos ligados entre si forma
uma cadeia. Dentro de nossa Ordem, a Maçonaria representa cada um desses
átomos, e os maçons a cadeia de elementos, formando um só símbolo “O Homem
Universal”. Os elos da Cadeia de União são os mesmos de uma cadeia mental
comum, isto é, os elos interligados entre si, embora individualmente soltos,
procedendo como os elementos do próprio átomo, que conservam sua
individualidade e personalidade, mas, quando em cadeia, estão unidos sem
estarem soldados entre si.
O
Objetivo primário da Maçonaria é unir os Irmãos de tal forma que possam parecer
um só corpo, uma só vontade, um só espírito, formando um Templo coeso,
compacto, enfim, uma unidade formada por partes heterogêneas que, ao constituir
um todo, resulta uma só instituição. Desse modo, não diminui nem absorve
personalidades isoladas, como o Universo, que também subsiste como um todo, tem
perfeitamente individualizado cada átomo, cada parte de que é composto. Os
maçons, portanto, quando estão unidos pela Cadeia de União, não estão
absorvidos nem diluídos, mas ligados através da soma das forças físicas e
mentais, existindo individualmente, porém vinculados ao todo.
O corpo
humano, por meio de seu sistema nervoso, registra estímulos que vêm do mundo
externo, e seus órgãos e músculos dão a esses estímulos as respostas
apropriadas. Por isso tem o homem grande capacidade receptiva, e essa existe
desde que ao seu lado exista em corpo doador; pois não existe receptividade sem
que haja doação. A união dessas duas “forças” completa o ciclo da natureza
durante a Cadeia de União, onde as trocas são realizadas pelos nervos
periféricos, também chamados de nervos sensitivos, que ao receberem os
estímulos (mensagens), seja superficial, pelo toque, ou pelos órgãos dos
sentidos, esses formam impulsos que são enviados para os demais órgãos do
corpo.
É desta
forma que os Irmãos, quando unidos pelo corpo e espírito, em “Cadeia”, acham-se
submetidos a uma constante troca de vibrações, provocadas pela sintonia mental,
que as células nervosas têm condições de captar.
Como
podemos ver, recepções e doações de energia não passam de simples permuta,
havendo, após determinado lapso de tempo, perfeito equilíbrio, em que ninguém
mais terá a dar ou receber. Haverá nesse instante uma só identidade, que
denominamos de a “Vida em União”, que pode ser compreendida com exatidão na
palavra do Divino Mestre: “Eu e o Pai somos um”. As permutas não são meramente
psicológicas, mas de conteúdo físico, pois a “energia” que se desprende de um
pode passar para o outro e vice-versa, como uma verdadeira corrente.
Vale
considerar que, apesar da Cadeia de União ser admitida apenas para a
transmissão da Palavra Semestral, seus efeitos devem se prolongar ao cotidiano
da Loja, por meio da sintonia entre os Irmãos no transcorrer de seus trabalhos.
ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOB/GOSP - R\E\A\A\
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