Uma Oficina tem como um de seus pontos primordiais para um funcionamento
justo e perfeito a troca de vibrações harmônicas entre os OObr.’.. Por isso
quanto mais conhece a administração de uma Loja, mais competente torna-se o
Maçom para exercer cada um de seus cargos. É essencial, assim, que o Maçom
tenha pleno conhecimento dos cargos ocupados em Loja, bem como conheça as
atribuições de cada um de seus ocupantes.
O número e a denominação dos cargos variam de Rito para Rito, sendo
alguns cargos, no entanto, integrantes de todos Ritos. Dentre os Ritos adotados
em nosso País, daremos mais ênfase neste trabalho ao RITO ESCOCÊS ANTIGO E
ACEITO, adotado por esta Augusta e Respeitável Loja Simbólica. Esse Rito
organiza seus cargos desta forma:
Ven\M\,1º Vig\,2º Vig\,Orad\,Secret\,Tesour\,Chanc\,Hospit\,Mest\de CCerim\,1º Diac\,2º Diac\,1º Exp\,2º Exp\,Porta-Band\,Porta-Estand\,Porta-Esp\,Cobr\Int\,Cobr\Ext\,Mest\de Banq\,Mest\de Harm\,M\Bibliot\, e M\Arq\
Vale deixar bem claro que, tanto a definição de cargos, como a
localização física dos ocupantes em Loja ainda hoje são motivo de divergência
entre os estudiosos. Adotamos aqui o entendimento dos especialistas, Francisco
de Assis Carvalho, Walter Pacheco Junior e José Castellani. Essa visão pode ser
diferente daquela de outros Maçons.
Todos sabemos que os cargos em Loja são enormemente carregados de
simbolismo. É, aliás, próprio da essência maçônica tal simbolismo. Temos a mais
firme convicção disso. Entretanto, neste modesto e despretensioso trabalho,
procuramos agrupar os cargos em Loja em função da condução administrativa de
uma Oficina. Nunca é demais enfatizar que, mesmo com esse enfoque burocrático-
-administrativo, não podemos nem devemos esquecer o sentido esotérico que cada
Dignidade e Oficial devem imprimir a sua função. Afinal, somos uma Loja, e não
uma repartição pública.
Fique bem claro que não é pretensão nossa dissecar de forma definitiva
os atributos de cada cargo e todas as inúmeras obrigações das dignidades e
Oficiais de Loja. Existe uma extensa literatura, de competentes autores,
nacionais e estrangeiros, tratando desse assunto. A nossa ideia é definir
parâmetros que permitam montar uma estrutura na qual os processos
administrativos possua fluir sem solução de continuidade.
Pode-se visualizar essa estrutura como um conjunto de células de ação
agrupadas em torno de um eixo coordenador central. Note-se que, nas células
definidas a seguir, um ocupante de determinado cargo pode atuar em mais de uma
área. Essa flexibilidade é particularmente bem-vinda em Lojas cujo pequeno Quadro
de OObr.’. não permite que todos os cargos sejam efetivamente ocupados. Uma
estrutura a adotar seria a seguinte:
COORDENAÇÃO GERAL
É muito comum considerar-se que a administração de uma Loja cabe
inteiramente a seu Venerável. Data vênia, não concordamos com essa premissa.
Entendemos a Loja como um corpo com diversos órgãos que, embora tenham
funcionamento distinto, interagem uns com os outros, todos sob o controle do
cérebro – o Ven\Mest\– que tudo coordena. Ou seja, indiscutivelmente, o Ven\Mest\deve imprimir sua
marca pessoal em todas as áreas, mas jamais procurar tolher ou inibir os
ocupantes dos cargos.
ATUANTES
Ven\Mest\
1º Vig\
1º Vig\
2º Vig\
Venerável Mestre
Uma Oficina é reconhecida pela atuação de seu Venerável e ele deve obter
de forma espontânea o reconhecimento de seus pares, realizando-se, assim, todas
as Reuniões em comunhão fraternal. Não é a rigidez na condução da Loja que a
faz crescer, mas sim uma perfeita distribuição de atividades, sempre
supervisionadas pelo Ven\Mest\.
Dessa forma, sendo atividades como as de Controle, Orientação,
Coordenação e Planejamento, inerentes ao cargo do Venerável, deve essa
dignidade exercer esse múnus definindo atividades para todos os OObr\,seja designando-os
para Comissões, seja solicitando-lhes trabalhos maçônicos. Um Ven\Mest\ não deve permitir
o ócio entre seus OObr\,pugnando para que todos sem exceção, do Ap\M\ao M\M\,enfronhem-se nas
atividades da Oficina.
Primeiro e Segundo Vigilantes
Sendo os substitutos do Ven\Mest\, devem os VVig\estar sempre a par do modelo administrativo posto em prática pelo
Venerável de sua Loja, para que nos impedimentos desse, aqueles possam dar
seguimento, sem rupturas, à administração da Loja, consoante o estilo que vinha
sendo adotado. Os VVig\devem dividir com o Venerável a tarefa de Instrução e cobrança de
trabalhos dos OObr\da Loja.
SETOR ADMINISTATIVO
ATUANTES
Sec\
Orad\
Chanc\
Arquit\
Orad\
Chanc\
Arquit\
O Sec\atua na
escrituração e conservação dos Livros e Arquivos da Loja, assim como coordena o
fluxo de correspondência e expedição de certidões.
Ao Orad\cabe receber do Irm\Sec\Decretos e Leis
expedidos pelos Grãos-Mestrados, para serem lidos em Loja; fiscalizar a leitura
da cédula de eleição, conferir a coleta do Tronc\de Benef\.
O Ir\Chanc\Guarda Fiel do
Timbre e do Selo da Loja tem a seu cargo Manutenção do Livro de Frequência.
É bom lembrar que os Livros de Frequência devem ser dois, um para OObr\do Quadro da Loja,
e outro para registro dos visitantes; emissão de Certificados de Presenças de
Visitantes; elaboração de Mapa Mensal de Frequência para definição daqueles IIr\que podem exercer o
direito de voto nas eleições; mantêm sob sua vigilância os Livros Amarelo e
Negro.
O primeiro onde são lançados os nomes daqueles profanos que tiveram seu
ingresso na Ordem recusado, por motivos transitórios, e o segundo onde
anotam-se os nomes dos profanos que foram recusados por motivos de ordem moral
ou algum outro mote insanável.
O Arq\controla o material de expediente; em Livro de Carga inventário das
alfaias, móveis e utensílios do Templo zelando por sua conservação.
SETOR FINANCEIRO
Todo o trânsito de
metais na Loja é controlado pelos Oficiais dessa célula.
ATUANTES
Tes\
Hosp\
Hosp\
Ao Tes\cabe elaborar balanços e balancetes, arrecadar as taxas devidas pelos
OObr\pagar despesas, desde que autorizadas pelo Venerável. O Ir\Hosp\vela para que os
metais arrecadados pelo Tronc\de Benef\sejam utilizados de acordo com as normas maçônicas.
SETOR SOCIAL
A área Social tem ingerência tanto sobre as relações internas da Loja –
frequência, participação, evolução maçônica dos OObr\- como as relações
externas da Loja, suas coirmãs, e com a comunidade onde se insere.
ATUANTES
Chanc\
Hosp\
Mest\de Banq\
Hosp\
Mest\de Banq\
O Ir\Chanc\mantém o fichário de OObr\contendo datas as mais gratas aos IIr\inclusive de seus parentes mais chegados; programa visitas a Lojas
coirmãs e de outras Obediências; incentiva o congraçamento feminino, promovendo
a união de mães, esposas, filhas, etc. dos IIr\do quadro; atualiza o Quadro de IIr\da Loja para repassar a cada Sessão, ao Ir.’. Hosp\os nomes dos IIr\faltosos.
O Ir\ Hosp\ deverá ser um Ir\que goze da
simpatia de todos os outros OObr\.
Isso porque o
trabalho do Hospit\dentro do Templo é relativamente fácil, pois ali cabe-lhe fazer girar o
Tronc\de Benef\.A sua missão, fora do Templo, é muito preciosa , pois deve agir como se
fosse um parente chegado de cada Obr\ visitando periodicamente lares e tomando conhecimento de seus
problemas, de saúde, conjugais ou financeiros.
Ao Hosp\ cabe levar ao Ven\Mest\ os problemas dos demais IIr\para que juntos possam definir uma solução.
Em caso de falecimento de um Ir\do Quadro cabe ao Hosp\ comunicar o desenlace a todas as outras Lojas de seu Oriente, assinando
as PPranc\com o Ven\Mest\ e o Ir\ Sec\com o Ir\Tes\cabe-lhe velar para que os metais arrecadados pelo Tronc\de Benef\sejam utilizados de
acordo com as normas maçônicas.
O Ir\Mest\ de Banq\tem a seu cargo a logística da preparação de Banquetes e Festas,
ritualísticas ou não.
SETOR CULTURAL
Cultura maçônica
não é passatempo nem exibicionismo. É obrigação!
É comum que livros, revistas, jornais, boletins, discos, fitas, e outras
peças que possam trazer mais conhecimento maçônico, passem à guarda pessoal do
Venerável da Loja ou de seu Secretário. Isso é intolerável porque todo esse
material é destinado à Loja e não a um de seus Membros.
ATUANTES
Orad\,Mest\ de Harm\, Bibliotec\, Orad\
Manutenção de fichário atualizado de palestrantes de outras Lojas.
Mest\de Harm\mantém o controle, por meio de Livro de Carga, de discos, fitas e
aparelhos reprodutores destinados a abrilhantar as Sessões e Banquetes.
Bibliotec\Guarda acervo literário da Loja. Na falta de Bibliotec\o acervo literário
da Loja deve ser controlado pelo Ir\ Orad\e posto à disposição dos OObr\da Loja.
SETOR LITÚRGICO
Os cargos agrupados nesse setor são de primordial importância para a
Loja e já foram gastos rios de tinta em livros tratando deles. Como estamos
tratando de estrutura administrativa a abordagem desses cargos será “en
passant”, nunca, no entanto, olvidando-se o seu imenso valor e fenomenal
conteúdo maçônico.
ATUANTES
Orad\,Mest\CCer\,DDiac\,EExp\,CCob\
O Ir\Orad\é o Guarda da Lei e como tal obra por cumprir e fazer cumprir os deveres
maçônicos. Quanto ao Mest\ CCer\para ilustrar sua importância, basta transcrevermos o Ir\Castellani:
“Nota-se … que o Mest\CCer\é um Oficial importantíssimo, devendo ser um perfeito conhecedor da
Ritualística. Ele é tão importante que tem o direito de, estando Entre Colunas,
pedir a Palavra diretamente ao V\M\ através de uma simples pancada com as palmas das mãos.”
Há ainda os DDiac\, que transmitem as ordens em Loja, o 1º Diac\levando a palavra
do V\M.’. ao 1º Vig.’. e o 2º Diac\,do 1º Vig\ao 2º Vig\às CCl\Os Ir\ responsáveis pelo acompanhamento dos iniciados em suas viagens
templárias.
Embora seja do conhecimento de poucos, é o Ir\1º Exp\que arbitra os
conflitos maçônicos entre o V\M\e seus VVig\.A célula abriga também os CCob\, nossos guardiões do Templo, interna e externamente de espada em punho
guardando nosso Sagrado Local, de impertinentes e curiosos.
As ações litúrgicas especiais pedem também presença dos
Porta-Estandartes e Porta-Bandeiras. Já o Porta-Espada exerce seus deveres nas
Sessões Magnas de Iniciação, Elevação e Exaltação. É bom lembrar que o cargo de
Porta-Espada não existe nos Ritos Brasileiros, Francês (ou Moderno), de York e
Schroeder. É utilizado nos Ritos, Escocês Antigo e Aceito, e Adonhiramita.
E, assim findamos nossa exposição de uma estrutura administrativa em
Loja. Para que não pairem dúvidas confessamos nossa mais absoluta fé na
ortodoxia dos cânones maçônicos. Esse trabalho sugere tão somente que há reais
possibilidades de se aliar ao formalismo dos regulamentos e rituais, a
flexibilidade de técnicas modernas de administração.
Tudo para promover o crescimento intelectual, aperfeiçoar o perfil moral
e promover o insumo social na Augusta e Respeitável Loja a que pertencemos.
ROBERTO
DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOB/GOSP
- R\E\A\A\
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