Roberto de Jesus Sant'Anna

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

O PELICANO E A MAÇONARIA

O simbolismo do pelicano assenta-se sobre uma lenda que tem a sua origem na Idade Média, que afirma que o pelicano, quando não encontra alimento para sustentar sua prole, rasga seu próprio ventre para alimentá-la com seu sangue. O Pelicano é uma ave de grande porte que vive nas regiões aquáticas em todos os continentes, possui bico avantajado e tem, no bico inferior uma bolsa extensível e membranosa (bolsa gular), onde armazena os peixes pescados. As fêmeas alimentam os filhotes despejando as reservas acumuladas. Para esvaziá-la, comprime o peito com o bico, fato este, que deu origem a essa antiga lenda, onde o pelicano abre o próprio peito para de ele extrair sua carne a fim de alimentar os filhotes, quando não encontra alimento. Simboliza, portanto, o amor com desprendimento e muitos veem nele o mais lindo símbolo do amor materno. O pelicano é também o símbolo alado da dedicação e das obrigações sociais. É a mente provida de asas, para que possa pairar sobre o mundo, desprendendo-se da matéria e contemplar sob o prisma da Verdade, toda a obra da Maçonaria. No simbolismo católico, o pelicano, derramando seu sangue por seus filhos; é o emblema do Salvador - Jesus Cristo - dando seu sangue para a salvação da humanidade ou alimentando o homem na eucaristia. Também é o símbolo da Redenção. A Ordem dos Cavaleiros Templários vê no Pelicano o símbolo do G\A\D\U\, alimentando seu Cosmos com sua própria substância. O símbolo do pelicano pertence também ao domínio da vida cotidiana, que não é, contudo, menos comovedor, sobretudo para aqueles a quem as circunstâncias e as responsabilidades impõem uma escolha, pondo em jogo interesses vitais e mesmo a existência. Escolha muitas vezes difícil, diante da qual o profano recua, mas não o Maçom, que não hesita, sacrificando-se à sua família, ao seu país, à humanidade inteira. Sacrificar o egoísmo, os interesses às vezes legítimos, a sua própria vida se preciso for, e a mais forte razão, seu orgulho e suas ambições, a fim de colocar em seu lugar, o altruísmo e a caridade. Tal como o pelicano, o Maçom alimenta simbolicamente os fracos com suas próprias entranhas, perecendo para permitir aos outros viver. Às vezes é preciso que a célula pereça para que o organismo perdure, é preciso ao indivíduo morrer e renascer para que a humanidade continue. Essa é a lição simbólica que se aprende na lenda do pelicano, mostrando ao maçom a conduta que deve ter a todo instante. O pelicano é o emblema mais significativo da caridade. É também o símbolo da morte e do renascimento perpétuo da natureza. Num contexto um tanto Druida:
“é a terra que nutre os seus filhos, é a mãe que cumpre os seus sagrados deveres, é a caridade para com nossos irmãos.”
Nenhum outro símbolo podia melhor expressar o que se pretende. Só o símbolo da abnegação da ave que se sacrifica a si mesma para alimentar a sua prole, pode representar aquele que se priva de seus haveres em benefício dos pobres. O pelicano é o símbolo do próprio sacrifício, que indica que na medida em que damos, desenvolvemos o nosso caráter e a nossa personalidade, a medida que os anos passam o próprio sacrifício se reflete em boas ações que perduram além da nossa vida e são reflexos do sacrifício que fizemos. O MESTRE deve fazer-se amar, e não poderá ter êxito a não ser amando ele mesmo com uma generosidade que o leve até a dedicação absoluta, até o sacrifício de si mesmo. Deste ponto de vista, o pelicano é o emblema dessa caridade, sem a qual, na Iniciação, tudo será irremediavelmente vão. Os dons mais brilhantes da inteligência e da vontade não farão outra coisa do adepto que não tenha cultivado as qualidades do coração, a não ser um falso mago. A lenda do pelicano, que de certa forma comove pela sua extrema generosidade, encontra-se no cerne dos princípios da MAÇONARIA: o total sacrifício do ego em favor do próximo. Os ensinamentos exigem que o MAÇOM que se encaminha na senda da perfeição, deve desprender-se de todos os sentimentos negativos do egoísmo, orgulho e ambição negativa, transformando-os alquimicamente em sentimentos de altruísmo, humildade e abnegação. É preciso que o verdadeiro maçom, através do sacrifício do seu próprio eu, chegue ao conhecimento do amor. Cumprirá assim sua finalidade de iniciado e atingirá por esse meio a meta almejada: a completa superação de sua personalidade humana para alcançar sua própria REDENÇÃO CRÍSTICA, e se tornará um verdadeiro MESTRE! É justamente dessa forma que o MAÇOM consegue a transmutação alquímica do que era inferior, do fogo em luz, do humano em Divino. É assim que terá encontrado a PEDRA FILOSOFAL e realizado a GRANDE OBRA, a transmutação total do CHUMBO em OURO, do HOMEM EM DEUS.

FONTE DE PESQUISA
BIBLIOGRAFIA
Colaboração do Ir\Sérgio Burzichelli Jr. (A\R\L\S\ Renascença Santista Nº 339)
Extraído do site Oriente de Santos
IR\ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\

R\E\A\A\ - GOB / GOSP

Um comentário:

  1. Excelente trabalho, eu o parabenizo meu dileto irmão, pela maneira como discorreu sobre o magnífico tema.
    Um T.´.F.´.A.´.

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