A
Alta Venda Carbonária Universal, é regida pela constituição francesa de 1523.
Abominamos o preconceito às mulheres maçônicas, posto que a verdadeira
maçonaria deve pugnar pela sagrada trilogia da Liberdade, Igualdade e
Humanidade. A Franco Maçonaria Florestal propugna pela absoluta liberdade de
consciência! Não admitimos em nosso meio, indivíduo arrogante, preconceituoso e
discriminadores.
Sobre a
Carbonária, o único escritor, no Brasil, que se dedicou realmente em trazer
algum esclarecimento, foi o Irmão Adelino de Figueiredo Lima, um dos primeiros
contestadores de algumas das mazelas que debilitaram a nossa Ordem e que ainda
debilitam. Todavia, este trabalho não comporta esse tipo de assunto por isso é
que vamos transcrever apenas uma pequena introdução que ele fez da Carbonária:
“Nenhuma
Sociedade Secreta fascinou tanto” as multidões sequiosas de sua liberdade, ou
da independência política conquistada à custa de lágrimas e sangue, quanto a
Maçonaria Florestal, mais conhecida como "Carbonária", por ter sido
fundada pelos carvoeiros da Hannover, como associação de defesa e de ação
contra os opressores e assaltantes de sua classe. Constituída no último Quartel
do Séc. XV, ela só veio a entrar na História, como organização de caráter político,
após a Grande Revolução Francesa.
Na Itália, ela
adquiriu fama de violenta e sanguinária, e introduzida na França por ordem de
Napoleão, não tardou em converter-se na mais poderosa força oposicionista ao
expansionismo do grande corso, lutando contra ele na França, na Áustria, na
Espanha e em Portugal.
O nome de
"Maçonaria Florestal" veio-lhe depois que irrompeu, na Itália e na
França. "Maçonaria", porque os Maçons a propagavam e a protegiam,
"Florestal", porque as Iniciações dos seus Membros, lembravam as dos
antigos Carvoeiros de Hannover, realizadas nas florestas mais densas, a
cobertos das vistas estranhas.
Os
Carbonários, antes de serem investidos nos Segredos da Ordem, passavam por
duras provas e prestavam os mais terríveis juramentos, como este, que eram
assinados com próprio sangue:
"Juro
perante esta assembleia de homens livres, que cumprirei as ordens que receber,
sem as discutir e sem hesitar, oferecendo o meu sangue em holocausto, à
libertação da Pátria, à destruição do inimigo e à felicidade do Povo. Se faltar
a este juramento, ou trair os desígnios da Poderosa Maçonaria Florestal, que a
língua me seja arrancada e o meu corpo submetido ao fogo lento por não ter
sabido honrar a Pátria que foi meu berço."
Só depois
deste juramento é que o Candidato recebia as insígnias de "Bom
Primo", — (as insígnias de Bom Primo consistiam de um balandrau preto e
Capuz, tendo bordado, em branco, no peito, um punhal (o punhal de São
Constantino), com o cabo no formato cruciforme entrelaçado a uma cruz cristã.)
O punhal de São Constantino não constava somente de um desenho bordado no Peito
do Balandrau Preto, era também uma arma branca, que todos os Carbonários usavam
— também em suas execuções — como símbolo da Ordem a qual pertenciam.
O Balandrau
Preto, dos líderes, ao invés do Punhal e da Cruz entrelaçados — possuía
bordado no peito, em dourado, um sol radiante.
O brado de
guerra dos Carbonários consistia em, cada um, levantar o seu punhal bem alto.
Normalmente as reuniões dos tribunais carbonários eram realizadas, a exemplo
dos carvoeiros de Hannover, no passado, em plena floresta, bem distante dos
olhares curiosos e indevidos.
Seus
julgamentos eram implacáveis e seus réus, se condenados, eram executados com a
máxima eficiência. O Carbonário era, as vezes, juiz e carrasco ao mesmo
tempo. Seus afiliados (jamais podiam trair a Ordem. Os que traíram, sempre
foram exemplarmente executados) se tornavam Carbonário ou executor das ordens
de "Alta Venda". Em cada país a Organização da "Maçonaria
Florestal" obedecia ao esquema italiano:
"Alta
Venda", corpo deliberativo superior, composto de um Delegado da cada
"Barraca", composta por sua vez por um Delegado de cada
"Cabana"; e as "Cabanas" eram formadas por um Delegado de
cada "Choça". Acima da "Alta Venda" estava porém, a
"Jovem Itália", composta por um triunvirato que nas lutas pela
Unificação e pela queda do Poder Temporal dos Papas, era constituído por
Cavour, Mazzini e Garibaldi.
A Carbonária
Italiana, a princípio, foi protegida pelo Carbonário Lucien Charles Napoleão
Murat — General de Napoleão Bonaparte — e Príncipe de Monte Corvo, filho do
Marechal Murat, nascido em Milão, em 1803. Ele abandonou a Itália em 1815, com
a derrocada de Napoleão em Waterloo, em 18.07.1815, tendo sido capturado na
Espanha. Após sua libertação, seguiu para os Estados Unidos, em 1825. Ali se
casou, tendo retornado a Paris em 1848.
Mais tarde,
Murat foi eleito Grão Mestre do Grande Oriente, conseguindo um progresso muito
grande no erguimento da Obediência, com a fundação de muitas novas Lojas.
Um dos
elementos que se deve destacar na Carbonária Italiana — não pelos seus atos
patrióticos, mas sim pela sua traição à Carbonária — é o Conde Peregrino Rossi.
Rossi teve duas atitudes distintas: na mocidade, foi um dos mais ativistas e
propagandistas dos ideais da Carbonária, merecendo o respeito de todos os Bons
Primos. Todavia, de um momento para outro, bandeou-se para as hostes inimigas.
Rossi aliou-se
ao Papa Gregório XVI com a finalidade de conseguir do Papa, condenações às
ações dos Jesuítas. Nesse ínterim, morre Gregório XVI e sobe ao Trono de São
Pedro o Papa Pio IX, ao qual Rossi se afiliou de corpo e alma. Rossi, que fora
até Roma para combater o jesuitismo, volta um fiel defensor dos Irmãos de
Inácio de Loyola.
É proscrito da
Carbonária em 1820 e se torna um novo Saulo, convertendo-se aos ideais do Papa.
— Era o novo
Judas —, gritavam em todas as "Barracas", de punhal em riste, os Bons
Primos, seus antigos companheiros.
Conhecedor que
era dos métodos de seus antigos companheiros, Rossi teve muita facilidade de
nominar seus líderes e encher as prisões da Cidade Eterna, dando um tremendo
golpe no movimento revolucionário.
Rossi cada vez
mais se dedicava a uma ação repressiva, sem pensar que — desde a mais humilde
"Choça" à mais pujante "Barraca", e com Giuseppe Mazzini
tendo o controle de todas as "Altas Vendas" — os punhais de São
Constantino eram levantados e descreviam no ar o ângulo reto das decisões
fatais. A sentença estava lavrada, terrível e implacável.
Havia sido
marcada uma reunião para o dia 15 de novembro, a 1 hora da tarde, com o
Ministro Conde Peregrino Rossi.
Dissera Rossi
no dia anterior: "— Se me deixarem falar, se me derem tempo para
pronunciar o meu discurso, não só a Itália estará salva, como ficará
definitivamente morta a demagogia da Península". A demagogia da
península era o movimento Carbonário.
"La causa
del Papa es la causa del Dio". E o Conde Peregrino Rossi desceu as
escadarias e entrou na carruagem que o levaria ao Parlamento.
Chegando à
praça, a carruagem atravessou lentamente a multidão e entrou pela porta do
Palácio e foi parar em frente ao vestíbulo, onde Peregrino Rossi foi saudado
por assobios e gritos enraivecidos.
— Abaixo o
traidor!
— Morte ao
vendilhão da Pátria!
Só então Rossi
se apercebeu que nem toda a consciência nacional estava encarcerada na Civiltá
Véchia.
Esboçou um
sorriso contrafeito para a multidão e quando se dispunha a continuar a marcha,
recebeu um golpe na carótida, especialidade dos Bons Primos, que o fez tombar
agonizante.
No bolso
interno da sobrecasaca, ao ser recolhido o cadáver, foi encontrada a sentença
de morte: "Juraste lutar pela unificação da Itália e traíste o juramento !
Lembrando: 'Juro que jamais abandonarei as armas ou desertarei do Movimento
Patriótico, enquanto a Itália não for livre e entregue a um governo do Povo,
para o Povo. Se eu faltar a esse juramento, prestado de minha livre e
espontânea vontade, que o pescoço me seja cortado e o meu nome desonrado e
apregoado como o mais vil traidor à Pátria e aos Bons Primos da
Carbonária Italiana'. Com coisas sérias não se brinca!”
Como vimos, a
Carbonária estava a léguas de distância da Maçonaria, mas apesar disso, sempre
foi confundida com a Maçonaria, até por Maçons bisonhos que acreditam que no
passado a Maçonaria executava Irmãos e profanos que não rezassem por sua
cartilha. De vez em quando, ouvimos um Irmão dizer que a Maçonaria precisa
voltar a ser o que era no passado, e executar os maus elementos da sociedade.
A Maçonaria em
tempo algum executou os maus elementos da sociedade. Quem, às vezes fez isso,
foi a Carbonária, a Santa Vehme, a Maçonaria não. A Maçonaria sempre foi
pacífica, respeitadora da lei e ordem. Só usando sua estrutura fechada para
conspirar contra os maus regimes políticos e algumas instituições nocivas, mas
sempre ordeira e pacificamente. Seus membros, sim, às vezes, independentemente
de suas Lojas, se filiavam a movimentos ou grupos vingadores.
A Carbonária em seu aspecto iniciático utiliza o sistema de graus para transmitir determinados estágios
de ensinamentos, onde cada passagem de grau é dada através da interação do
membro com uma alegoria própria que marca sua aceitação pelo grupo naquele
determinado estudo, segredos e ensinamentos do estágio ou grau. A transmissão
desta alegoria é feita por uma série de símbolos, palavras, gestos e segredos
que lhe são revelados durante sua iniciação.
Após tornarem-se uma sociedade organizada, os carbonários
mantiveram o simbolismo florestal e carvoeiro, adotando o nome de Choças,
Barracas e Vendas aos seus locais de reunião, nomes estes idênticos aos usados
por carvoeiros dentro dos acampamentos segundo uma classificação por número de
membros do grupamento. Dentro de um grupamento carbonário o termo usado para o
tratamento mútuo é "Primo", "Bom Primo" ou "Bom Primo
Carbonário", este tratamento muito provavelmente têm sua origem no câmbio
de informações e no cunho fraternal mantido entre diversos grupos carbonários
inicialmente na Itália e depois em toda Europa, que eram vistos pela sociedade
como verdadeiras famílias, o que fortalecia seus laços fraternais internos.
Notamos neste ponto a influência que a Carbonária teve não só da
Maçonaria como de outros sistemas iniciáticos que seus membros do passado
travaram contato ou eram membros. Tal quais outras sociedades secretas usa de
sinais, toques e palavras que são dominados apenas por seus membros, a
carbonária também o faz sendo que estes foram métodos muito eficazes de mútuo
reconhecimento durante suas atuações "em campo" em guerras, revoluções
e unificações territoriais dos locais onde se manifestavam.
O aprendizado Carbonário está dividido por etapas. Cada etapa é
desenvolvida numa Câmara própria, com seus respectivos graus. Na primeira
câmara temos as Vendas Simbólicas do Rito Carbonário que compreendem três
graus:
1º Grau: APRENDIZ CARBONÁRIO
O Aprendiz deve, acima de tudo, saber aprender.
É o primeiro contato com o Simbolismo Maçônico Carb\ Aprende as funções de
cada um no templo (Venda), e sempre busca o desenvolvimento das virtudes e a
eliminação dos vícios. Muitos Carbonários antigos afirmam que este é o mais
importante de todos os graus.
2º Grau: COMPANHEIRO FENDEDOR
A fase de Companheiro Fendedor propicia ao maçom carbonário um
excepcional conhecimento de símbolos, além de avanços ritualísticos e
desenvolvimento do caráter.
3º Grau: MESTRE CARBONÁRIO
É o chamado grau da plenitude maçônica carbonária. No âmbito do
Simbolismo (Vendas Simbólicas), é o grau mais elevado, que permite ocupar
quaisquer cargos. O Mestre Carbonário possui conhecimentos elevados da história
e objetivos maçônicos florestais.
Além disso, existem as demais câmaras que apesar de maçônicas são
totalmente alinhadas com o simbolismo florestal, sendo elas:
Vendas de Perfeição (do 4º ao 14º grau) REAA Capítulos (do 15º ao
18º grau) REAA Conselho de Kadosch (do 19º ao 30º grau) REAA Consistórios (31º
e 32º graus) REAA Supremo Conselho (33º grau) REAA.
ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOB/GOSP - R\E\A\A\
Agradecemos pela transcrição da história da Fraternidade Carbonária - Alta Venda Carbonária Universal. Estaremos sempre de Pé e à Ordem para os Irmãos Alveniros que queiram comungar os trabalhos em uma Venda conosco. S.´.F.´.U.´. Bom Primo Giuseppe Garibaldi33.´.
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