Aprendemos, desde ao
ingressarmos em nossa Respeitável e Amada Instituição, que ela tem como
princípios – entre tantos outros – combater a ignorância, praticar a justiça e
o amor ao próximo, trabalhar pela felicidade humana. Sempre sob o lema da
máxima tríade Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
A respeito dessa máxima,
apreciemos o ensaio que nos foi legado pelo eminente professor francês do
século XIX Hippolyte-Léon Denizard Rivali (mais conhecido como Allan Kardec, o
codificador do Espiritismo), provavelmente o mais eminente discípulo do famoso
pedagogo suíço J. H. Pestalozzi.
Liberdade, Igualdade e
Fraternidade, essas três palavras são, por si sós, o programa de toda uma ordem
social, que realizaria o progresso mais absoluto da Humanidade, se os
princípios que representam pudessem receber sua inteira aplicação. Vejamos os
obstáculos que, no estado atual da sociedade, podem a isso se opor, e ao lado
do mal, procuremos o remédio.
A Fraternidade, na
rigorosa acepção da palavra, resume todos os deveres dos homens em relação uns
aos outros. Ela significa devotamento, abnegação, tolerância, benevolência,
indulgência. É a caridade evangélica por excelência e a aplicação da máxima:
“Agir para com os outros como gostaríamos que os outros agissem conosco.” A
contrapartida é o egoísmo.
A Fraternidade diz:
“cada um por todos e todos por um”, isso implica compartilhamento. O egoísmo
diz: “cada um por si.” Sendo essas duas qualidades a negociação uma da outra,
será tão impossível a um egoísta agir fraternalmente, quanto o é para um
avarento ser generoso.
Ora, sendo o egoísmo a
praga dominante da sociedade, enquanto ele reinar dominador, o reino da
verdadeira fraternidade será impossível. É que cada um só vê a fraternidade em
seu favor, mas não em proveito alheio.
Do ponto de vista de sua
importância para a realização da felicidade da Humanidade, a fraternidade é a
base. Sem ela não poderá existir igualdade nem fraternidade sérias, pois: a
igualdade decorre da fraternidade, e a liberdade é consequência das outras
duas. Em verdade, numa sociedade de homens desinteressados, bons e
benevolentes, para viverem em comunhão, fraternalmente, não haveria entre eles
privilégios nem direitos excepcionais, sem o que não haveria ali fraternidade.
Tratar alguém como Ir\é tratá-lo de igual para
igual. Numa comunidade de IIr\,a igualdade será consequência de seus
sentimentos, de sua maneira de agir, o será estabelecida pela força das coisas.
Mas a igualdade tem um inimigo: o orgulho, que quer sempre dominar e viver de
exceções.
A liberdade é filha da
fraternidade e da igualdade. Vivendo os homens como irmãos, com direitos
iguais, sob um mesmo sentimento de benevolência recíproco, serão justos entre
si, e, sem nada a temer uns aos outros, nunca se fazem mal. Assim, ninguém
abusará da liberdade em prejuízo de outrem.
Mas a liberdade tem
inimigos: o orgulho e o egoísmo, como o são da igualdade e da fraternidade, que
tudo querem para si. Ora, se a liberdade pressupõe a confiança mútua, não pode
haver confiança onde há pessoas de sentimento pessoal exclusivo.
A igualdade, dentro
dessa trilogia, refere-se à igualdade moral, ou seja, a relação dos indivíduos
sob o mesmo estado de dignidade, com obediência ao princípio da equidade de
direitos-naturais, fundamentais e sociais – para todos, sem restrições e de
forma fraternal, sob o império absoluto da benquerença, da justiça e da união,
sem discriminação, isenção, preconceitos ou privilégios.
Portanto, esses três
princípios formam, necessariamente, um bloco monolítico, solidários entre si e
sem exclusividade, de apoio e indispensável complemento. Sem sua reunião, o
edifício social não poderia estar completo ou se fragilizar- -se-ia facilmente.
A fraternidade praticada
em sua pureza não poderia estar só, porque sem igualdade nem liberdade não
haverá verdadeira fraternidade.
Na igualdade, com
isonomia de sentimentos e sem ânsia de sobrepujança, sonância com a máxima:
“não faças aos outros aquilo que não queres para ti”, ecoa a sonoridade da
harmonia e vibra a benigna ação conciliatória da paz.
A liberdade sem
fraternidade dá espaço para a prática de todas as más paixões,
desenfreadamente.
Sob a fraternidade, o
homem não faz mal uso de sua liberdade: é a ordem. Sem o espírito da
fraternidade, o indivíduo se acha livre para dar curso a todas as torpezas de
seu instinto: é a anarquia e a licenciosidade.
A igualdade sem a
fraternidade também conduz a esses mesmos resultados, porque a igualdade
necessita da liberdade tanto quanto a fraternidade.
Sob o pretexto de igualdade,
o pequeno abate o grande, para substituí-lo, e se tornar tirano a seu turno.
Finalizando – embora
muito se possa falar ainda – essa trilogia, lema da Revolução Francesa, é a
aspiração dos homens livres e de bons costumes para estabelecer uma ordem
melhor das coisas na Terra. Caberá a esses homens, irmanados e progressistas,
ativar o movimento, pelo estudo e prática eficaz desses elevados sentimentos,
para a construção de um mundo melhor e tornar a humanidade mais feliz.
Bem diz o provérbio:
“quem a boa árvore se acolhe, boa sombra o cobre.”.
Sobre o autor e obra:
Esta é mais uma peça de um projeto do Ir\Elmanoel Gleydherth Bento Lima, M\M\,filiado à Loja Maçônica José do Patrocínio, nº 33, ao Or\em Cabedelo-PB, iniciado em 28/AGO/1972 (Sábado, à noite), pela Loja Maçônica Tiradentes, nº 26, em sessão magna realizada na Loja Maçônica José Pessoa da Costa, nº 22, ao Or\de Solânea-PB. Visa a levar aos IIr\ Maçons esclarecimentos e orientações de caráter maçônico e espiritual, no sentido de como se encaminhar na senda do polimento da PEDRA BRUTA…
Enviado pelo Ir.’. Elmanoel Gleydherth
Bento Lima
COMPILADO
POR ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOB/GOSP
- R\E\A\A\
Nenhum comentário:
Postar um comentário