Antigos Landmarks da Ordem
• Em
uma tradução livre temos: marco de limite, ou seja, o ponto máximo que não se
deve ou não se pode ultrapassar. (Livro
Cultura Geral Maçônica do Ir. Hailton Meira da Silva pág. 175); ou
• Segundo
o Livro O Delta Luminoso de Rizzardo da Camino na pág. 75: “Landmark, constitui o marco escrito que
fixa o ponto de partida para que a Maçonaria seja considerada Regular e aceita
em todo o mundo”.
Como
surgiu os Landmarks?
“• Com efeito, a expressão “Landmarks”, tem
significado, ao pé da letra, na língua inglesa, de “ marcação de terra” (land =
terra e mark = marca para limites entre duas ou mais áreas de terra).
• Essa nomenclatura foi inspirada no Velho Testamento
– Provérbios, 22,28 e 23,10: “Não removas os antigos limites que teus pais
fizeram” e “não removas os antigos limites nem entre nos campos dos órfãos”.
Deuteronômios, 19,14: “não tomarás nem mudarás os limites do teu próximo que os
antigos estabeleceram na tua propriedade”
• Esta palavra surgiu pela primeira vez na compilação
dos Regulamentos Gerais de 1721, incluídos na Constituição de James Anderson.
Os
Antigos Landmarks da Ordem contidos na Constituição Geral da Grande Loja
Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (pág. 37)
• São 25 Landmarks que formam 5 grupos:
• 5 estabelecem normas sobre a Ordem, obrigatórias e
imprescindíveis para que uma Potência seja regular e seja reconhecida pelas
demais.( 1º,2º,3º, 18º e 24º)
• 5 dizem respeito ao Grão-Mestre, dando as linhas
básicas para o seu exercício como dirigente absoluto.(4º,5º,6º,7º e 8º)
• 5 referem-se ás Lojas, com as suas obrigações para
possam funcionar regularmente,(10º,11º,14º,16º e 21º)
• 9 relacionam-se aos próprios maçons, orientando-os
para que possam ser universalmente ligados à fraternidade.(9º,12º,13º,
15º,17º,19º,20º,22º e 23º)
• E o último grupo formado de UM só Landmark, o 25º,
que contem a base da tradição maçônica e protege todos os outros,
garantindo a sobrevivência da Ordem.
(Livro O Delta Luminoso de Rizzardo da Camino, pág,
79)
1º - Os processos de
reconhecimento são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os Landmarks.
Não admitem mudança de qualquer espécie.
Comentários: Desde o primeiro Landmark notamos que a obediência
deve ser uniforme e global. Todos os 25 Landmarks devem ser respeitados e
obedecidos, a violação de um só landmark equivale à desobediência de todos
eles.
2º - A Maçonaria Simbólica é dividida
em três graus imutáveis que são os de Aprendiz, Companheiro e Mestre.
Comentários: Este Landmark define uma Maçonaria com três graus:
Aprendiz, Companheiro e Mestre, inspirando-se na construção do Templo de
Salomão. Podemos afirmar também que o sistema de três graus parte do ano de
1723 com o Livro das Constituições, pois na Idade Média a Maçonaria classificava
seus membros em Aprendizes e Companheiros e o grau de Mestre era dado
ao dirigente. Com as sucessivas eleições passou assim a constituir um
grau à parte e hoje é dado o nome de “Mestre Instalado”, ou “Past Máster”
aqueles que exerceram a Venerança.
3°
- A lenda do terceiro grau deve ter
a sua integridade respeitada. Qualquer Ritual que a excluísse ou que a
alterasse cessaria por isso mesmo de ser um Ritual Maçônico.
Comentários: A lenda do 3º Grau só foi
introduzida depois da criação da Primeira Grande Loja, a partir de 1724,
é universalmente aceita e origina-se de uma lenda cujo os fundamentos são
encontrados na História Sagrada quando da construção do Templo de Salomão.
4º
- O governo da fraternidade é
presidido por um Oficial denominado Grão-Mestre, eleito pelo
povo Maçônico. Se o atual sistema de governo legislativo por Grandes Lojas
fosse abolido, sempre seria mister a existência de um Grão-Mestre.
Comentários: Com a fundação da Primeira Grande Loja em 1717, foi
eleito o primeiro Grão-Mestre Anthony Sayer. Antes da Primeira Grande Loja, as
Lojas eram livres, trabalhando independentemente umas das outras e eram
dirigidas cada uma delas por um Máster.
Agora
vamos a uma citação do Livro “O Delta Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 89:
...Desde o início verifica-se que a atuação do
Grão-Mestre não depende de outra autoridade.
Enganam-se os que julgam que a Maçonaria foi ou
deva ser um governo democrático, assim como são os governos civis em sua
grande maioria.
Sem ser despótico, o governo maçônico apresenta-se
como uma autoridade hierárquica.
...Nenhuma Loja e nenhum maçom poderá ser
considerado regular se não se submeter às determinações de seu Grão-Mestre.
...A obediência passa por escalões hierárquicos,
sendo assim, um membro de uma Loja, que não ocupe qualquer cargo, receberá as
determinações de um superior hierárquico que por sua vez já as cumpriu e tem a
experiência necessária para esclarecer o modo do cumprimento para que
qualquer dúvida já esteja dirimida e para que não haja dificuldade para o
Aprendiz em obedecer.
5º
- É
prerrogativa do Grão-Mestre presidir todas as reuniões maçônicas ocupando o
trono quando se ache presente.
Comentários: Vamos a mais uma citação do Livro “O Delta
Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 90:
...Trata-se de um direito decorrente da posição
hierárquica. Sendo o Grão-Mestre a mais alta autoridade maçônica, é obvio que
quando presente, a ele deva ser entregue a direção da Loja e dos trabalhos,
que, contudo, poderá agradecer e devolver.
Seria impraticável uma reunião não presidida
pelo dirigente máximo, estando ele presente; haveria uma diminuição de
autoridade e uma subversão da ordem hierárquica, como também, um desrespeito à
autoridade constituída.
Quando um Grão-Mestre entrar, no início ou durante
os trabalhos, nem sequer aguardará o convite para assumir o “malhete”, pois sua
prerrogativa autoriza tomar o lugar do venerável, espontânea e automaticamente.
Nas cerimônias de Iniciação, Regularização,
Exaltação ou Elevação, bem como da formação de uma Cadeia de União, ou qualquer
ato festivo ou litúrgico, quando presente o Grão-Mestre e, assim o desejando
ele, os trabalhos, pelo mesmo serão dirigidos.
Caso outras autoridades maçônicas acompanhem o
Grão-Mestre, estas ocuparão, imediatamente os lugares que lhes pertencerão por
força de suas posições hierárquicas.
6º
- É
prerrogativa de o Grão-Mestre conceder licença para conferir graus em
tempos anormais, os estatutos maçônicos exigem um mês ou mais para o
tempo que deve transcorrer entre a proposta e a recepção do
candidato. O Grão-Mestre, porém, tem o direito de pôr de lado ou dispensar essa
exigência e permitir a iniciação imediata.
Comentários: Este
Landmark desrespeito ao interstício que são regulamentados e dependem das
próprias disposições das Lojas quanto em avaliar a preparação do maçom para o
aumento de salário, contudo em casos especiais, e face a necessidade que possa
surgir, o Grão-Mestre, a pedido, poderá por meio de “placet”, dispensar o prazo
intersticial.
7º - É prerrogativa de o
Grão-Mestre dar autorização para fundar e manter Lojas. Em virtude dela,
pode conceder a um numero suficiente de Mestres Maçons o privilégio de se
reunir e conferir graus. As Lojas assim constituídas são chamadas “Lojas
Licenciadas” e, qualquer que seja o prazo de sua existência, podem ser
dissolvidas por ato seu.
Comentários: As
denominadas “Lojas Licenciadas”, são fundadas no período desejado pelo Grão-Mestre,
que autoriza um grupo de Irmãos a trabalharem, conferirem graus e administrarem
instruções. Muito raro é ver uma “Loja Licenciada”, mas isso poderá
ocorrer em tempos de calamidade pública, guerras ou perseguições.
8º
- É
prerrogativa do Grão–Mestre criar Mestres Maçons por sua deliberação. Para
tanto, o Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis outros MM\MM\ pelo menos, forma uma
Loja e, sem nenhuma prova prévia, confere os graus aos candidatos. Feito isto,
dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio são
chamadas “Lojas Ocasionais ou de Emergência”.
Comentários: Este Landmark também é conhecido como a
prerrogativa do Grão-Mestre em Iniciar Maçons “à vista” e também em
conceder-lhes graus com a dispensa de cerimoniais, a exemplo disso
podemos dizer que um profano que sempre teve intenso desejo de ser maçom, vendo
chegar a morte, chama o Grão-Mestre e lhe suplica receber o juramento porque,
seu último desejo será morrer investido na qualidade de maçom. Na prática temos
um caso bastante conhecido na Maçonaria que é a Iniciação de D. Pedro I.
9º
- Os
Mestres Maçons devem-se congregar em Lojas com o fim de se entregarem as
tarefas operativas. Antigamente, essas reuniões eram ocasionais e esporádicas,
sem lugar certo para a reunião. Convocadas para assuntos especiais, eram
dissolvidas, separando-se os Irmãos para de novo se reunirem em outros pontos e
em outras épocas. O sistema de Lojas com Cartas Constitutivas e regulamentos
internos é de um período mais recente.
Comentários: O homem sente necessidade de viver em
comunidade. O pior dos males que possa ocorrer a alguém é a solidão.
A finalidade da criatura humana é constituir família para garantir a
subsistência da espécie e viver agrupado. O termo Loja deve ser entendido nos seus
dois sentidos: o Templo material e o Templo espiritual. O Corpo Místico da
Loja, evidentemente, é a congregação dos seus membros. O princípio do 9º
Landmark, diz respeito a esta dupla definição. Loja será a reunião de maçons
investidos em seus cargos, desenvolvendo um ritual, obedecendo as normas
constitucionais e regulamentares, dentro de um Templo consagrado, o que conduz,
outrossim, ao entendimento de que o maçom filiado a uma Loja, tem a
obrigação de frequentar, sempre que possível, as suas reuniões. As tarefas
operativas, talvez não exigissem uma presença constante, mas nos dias atuais,
as tarefas especulativas conduzem a uma presença constante, porque o homem no
mundo moderno se desgasta rapidamente e suas forças espirituais devem encontrar
renovação urgente.
10º - O governo da
Fraternidade congregada em Loja só é válido e legal quando exercido por um
Venerável e dois Vigilantes. Qualquer outra denominação desses três dirigentes
não confere à reunião o reconhecimento de Loja.
Comentários: A forma de governo de uma Loja por um
venerável e dois Vigilantes é tradicional. Desde os tempos dos colégios romanos
é conhecido que três ou mais formam um colégio. É por isso que o mínimo
de três elementos constitui uma das bases de uma Loja e o 10º Landmark
evidencia a necessidade de uma Loja possuir um Governo e obviamente este
Governo deverá estar presente às reuniões, b em como, se pressupõe que o mesmo
seja regularmente eleito.
11º - A Loja, quando reunida
deve estar a coberto. O Guarda do Templo deve velar para que o local das
reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos. É seu dever
guardar a porta do Templo, evitando que se ouça o que dentro dele se passa.
Comentários: O 11º Landmark não deve ser compreendido, apenas, no
sentido material, mas sim, conjugado ao mais alto sentido espiritual, que surge
misticamente, através de um som musical, de uma luminosidade adequada e de odor
de um incenso apropriado.
12º - Cada Irmão tem o direito
representativo nas reuniões gerais da Fraternidade. Antigamente, cada Irmão
representava-se por si mesmo. Hoje, porém, nas Grandes Lojas, só tem direito
assistência os Veneráveis, sendo os Irmãos representados por seus oficiais.
Apesar dessa concessão, feita em 1717, nem por isso deixa de existir o
direito de representação.
Comentários: Nas reuniões gerias outrora chamadas de Assembleias Gerais, todos
os Irmãos, inclusive Companheiros e Aprendizes, tinham o direito de presenciar
as Assembleias e votar, foi quando, ainda inexistindo um Constituição, o
primeiro Grão-Mestre Anthony Sayer estabeleceu a forma de representação que as
Lojas deviam ter nas Assembleias trimestrais, a fim de evitar a presença de
todos os maçons, limitando essa representação ao venerável e Vigilantes de cada
Loja, portanto se trata de um landmark moderno, mais um principio fundamental
estabelecido para a boa marcha administrativa. De qualquer forma, cada
maçom encontra-se representado nas reuniões por seus Veneráveis, 1º e 2º
Vigilantes e ou Mestre Maçom de sua Loja.
13º - O direito de recurso de
cada maçom, das decisões dos seus Irmãos em Loja para a Grande Loja ou Assembleia
Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial para a preservação da justiça e
para prevenir as opressões.
Comentários: Mesmo que se possa considerar este landmark como instituído
após 1717, faz parte de um todo admitido como regra áurea por todos os maçons e
hoje os recursos abrangem, não só, direitos individuais, mas posições
administrativas, decisões que digam respeito a ornamentações, festividades e
outras que não envolvem punições ou expulsões. As constituições e
Regulamentos, obviamente, contem dispositivos próprios neste sentido.
14º - Todo maçom tem o direito
de visitar e tomar assento em qualquer Loja. o consagrado “direito de
visitar” sempre foi reconhecido como direito inerente a todo Irmão em viagem
pelo Universo. Dessa Forma, as Lojas são encaradas como meras divisões por
conveniência da família maçônica universal.
Comentários: O conceito de “visitar” deve ser interpretado
como o direito de todo maçom ser recebido numa Loja. Este princípio decorre de
que cada maçom é um elo de uma corrente e que tem o seu lugar não só assegurado
como necessário em qualquer Loja. Hoje apesar da grande
tolerância existente, numa Loja regular, somente são admitidos visitantes
que se originem de outra Loja regular e que sejam, ou portadores de documentos
ou possuam a palavra semestral atualizada (15º Landmark).
Esotericamente
um maçom pode estar presente em uma reunião sem lá conduzir seu corpo
material, pois, para o espírito, não poderá haver “porta” de entrada e nem
proibições.
15º - Nenhum visitante
desconhecido dos Irmãos de uma Loja pode ser admitido como visitante sem que
seja primeiramente examinado conforme os antigos costumes. Só pode esse exame
ser dispensado se o maçom for conhecido de algum Irmão do Quadro que pôr
ele se responsabilize.
Comentários: É o chamado “Telhamento”, mais conhecido como
“Trolhamento”.
16º - Nenhuma Loja pode
intrometer-se em assuntos que digam respeito a outras, nem conferir graus a
Irmãos de outro Quadros.
Comentários: A obediência aos Landmarks e Preceitos
Antigos não traduzem dependência, mas sim princípios básicos. A obediência às
Constituições (cada Grande Loja possui a sua própria constituição) decorre que
cada Loja aprovou a sua Constituição. Este Landmark vem apenas nos lembrar
de que as decisões das lojas são soberanas, apenas tendo os seus membros o
direito de apelo a uma Autoridade Superior, em casos previstos e aceitos por
todos. (13º Landmark).
17º - Todo o maçom está
sujeito às leis e regulamentos da jurisdição maçônica em que residir, mesmo não
sendo membro de qualquer Loja. A não filiação é já por si uma falta maçônica.
Comentários: No princípio cada maçom era julgado pelos seus próprios pares
dentro de sua Loja. Com o surgimento das Grandes Lojas, além das decisões
privadas de cada Loja, passou o maçom a contar com o recurso de um julgamento
em segunda instancia pela sua Grande Loja e este Landmark além de nos lembrar
do 13º Landmark, também evidencia a necessidade de todo maçom está reforçando
as colunas da Maçonaria Universal, filiando-se em alguma Loja, seja como e
onde estiver.
18º - Os candidatos a
iniciação devem ser isentos de defeitos físicos ou mutilações, livres de
nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar
na Fraternidade.
Comentários: É óbvio que este Landmark tinha foco para uma
determinada época e é sabido também que se tem admitido candidatos portadores
de defeitos físicos que não prejudiquem a ritualística e que esses mesmos
resultam em maçons impecáveis, mesmo assim nós não estamos aqui para
questionar este Landmark, seja porque não existem mais escravos ou porque a
mulher tem conseguido bastante equiparação social junto ao homem, nada disso
nos importa e sim o cumprimento deste Landmark conforme veremos mais adiante
com 25º Landmark.
19º - A negação da crença no G\A\D\U\ é impedimento absoluto
e insuperável para a iniciação.
20º
- Subsidiariamente
a essa crença é exigida a crença em uma vida futura.
Comentários: O candidato para ser admitido maçom, presta
juramento em obediência aos rituais. Os juramentos são dirigidos a “algo”
Superior, pois, sempre, o ser humano, desde os nossos indígenas até as
sociedades primitivas, colocava os seus destinos e interesses aos cuidados de
uma divindade. A Maçonaria designa Deus como o Grande Arquiteto do Universo,
abrangendo assim, toda gama das “personalidades” de Deus, como Ser criador e
atuante, não só no mundo, como no Universo todo e em todos os sentidos,
portanto a adoção do 19º Landmark, não diz respeito à aceitação do que não pode
ser explicado, mas sim, como princípio de “obediência” ao conjunto dos 25
Landmarks. O candidato, sempre é posto a par, isto antes de ser aceito e
durante o cerimonial de iniciação, da obrigatoriedade de obediência às Leis da
Maçonaria. Nenhum candidato é obrigado a entrar na Maçonaria, mas se assim deseja,
deverá ou aceitar a crença em Deus por convicção, ou em obediência às Leis da
Maçonaria. Conjuntamente a este sentido de que a Maçonaria não quer discutir a
existência de Deus ou não, também ela no 20º Landmark não quer discutir a
reencarnação ou a ressurreição em uma vida após a morte e sim que o
candidato encerrado na Câmara de Reflexão possa encontrar os elementos da morte
e penetrando em seus mistérios analise a retrospectiva do que fez e como usou
sua vida, para que morrendo simbolicamente, possa renascer e retornar a vida
como um verdadeiro Maçom.
21º - É indispensável à
existência no altar de um “Livro da Lei”. Não cuidando a Maçonaria de intervir
nas peculiaridades da fé religiosa de seus membros, esse livro pode variar
conforme os credos.
Comentários: Este landmark nos fala do Livro da Lei, porém
na verdade é o Livro Sagrado ou Livro da Lei Moral, Bíblia, Alcorão,
Torá, Talmud, etc..., pois mais adiante no mesmo Landmark fala-se em fé
religiosa e credos, portanto não caberia colocarmos como Livro da Lei, por
exemplo, a Constituição Federal de nosso país ou mesmo a Constituição e
Regulamento Geral da Grande Loja. Cada povo terá a presença do Livro Sagrado
que representar a sua fé, pois a presença do Livro Sagrado (Livro da Lei Moral)
constitui a prova da liberdade de culto, porque em cada país a Maçonaria
terá o Livro da fé da maioria de seus membros. A leitura do Livro sagrado e ou
Livro da Lei, dentro de nossos Templos, sempre constituiu parte
importante e altamente cerimoniosa, porque a “palavra” foi dada para ser
obedecida, e a renovação de sua leitura, sendo já conhecida por todos, no dia a
dia, assume novos aspectos despertando assim, o homem por um caminho tranquilo
e traçado em seu beneficio pelo Grande Arquiteto do Universo.
22º - Todos os MM\ MM\ São absolutamente
iguais dentro da Loja, sem distinção de prerrogativas profanas, de privilégios
que a sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões
maçônicas.
Comentários: Não podemos confundir a hierarquia Maçônica com as
prerrogativas profanas e nem com os privilégios que a sociedade confere, posto
que a existência desta hierarquia Maçônica constitui a garantia de sua
continuidade, todavia, realmente há, em caso de proteção, de conjunto, de
nomenclatura, igualdade entre os maçons, sem distinção de graus, porém como
poderiam existir Aprendizes sem os Mestres e estes como poderiam se classificar
sem um órgão superior a orientá-los? Os Aprendizes tem o direito de voto igual
a todos; o direito de frequência e de participar em todos os atos litúrgicos
concernentes ao seu Grau, contudo, não se poderá admitir que um Aprendiz recém
advindo possa conhecer todos os aspectos administrativos da Loja e possa tomar
parte nas decisões relevantes. O Aprendizado deve ser longo, isto em qualquer
setor intelectual e prático e somente o conhecimento é que fará do indivíduo um
profissional competente, portanto, a diferença ou discriminação diz respeito,
apenas ao “tempo”, eis que, todo Aprendiz consciente de sua
responsabilidade, em tempo breve, atingirá os graus necessários para sua
plenitude maçônica.
23º - Todos os conhecimentos
recebidos pela iniciação, tanto os métodos de trabalho como as
lendas e tradições devem ser conservados secretos e só podem ser comunicados a
outros Irmãos.
Comentários: A Maçonaria não é uma sociedade secreta. O
segredo maçônico deve ser entendido em duas formas: o segredo da
Instituição e o segredo dos Rituais. Hoje, a Instituição não necessita mais
manter-se no ostracismo, em secreto, hoje, maçons desfilam paramentados, por
ocasião de festividades pátrias e maçônicas, porém, mantém-se o segredo, sobre
as palavras de ordem, de passe, semestral, os sinais, as saudações e as
decisões que devam ser mantidas em reserva. O segredo ritualístico
deve ser mantido em obediência aos juramentos e esta atitude, demonstra o fiel
cumprimento deste Landmark.
24º - A Maçonaria fundou em
ciência especulativa segundo métodos operativos e o uso simbólico, explicando
esses métodos e os termos nele empregados com o propósito de ensinamento moral.
É indispensável à preservação da lenda do Templo do Rei Salomão.
Comentários: A Maçonaria atual é a que chegou até nós, após a
sua reestruturação em 1717. Este landmark diz respeito a esta maçonaria
relativamente moderna, por isto, coloca a “moral” e a “religião” como
resultado do trabalho operativo e especulativo. O ensinamento moral e religioso
não deverá ser confundido com a moral comum ou com uma determinada religião,
pois a Maçonaria aceita em seus ensinamentos um princípio religioso, mas no
sentido de re-ligação, entre a mente humana e o Poder Supremo, portanto diz-se
com muita propriedade que os símbolos possuem a sua própria linguagem, e que os
símbolos falam, é preciso então desenvolver os sentidos de audição espiritual,
para ouvir a voz dos símbolos, e estes estudos, esta dedicação, nada mais
é que um ato de obediência ao 24º Landmark, onde a lenda da construção do
Templo de Salomão é rico simbolismo e ensinamentos filosóficos.
25º - O último Landmark é o
que afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada podendo lhes ser acrescido
ou retirado, nenhuma modificação podendo lhes ser introduzida, dentro da
seguinte regra: “Assim como de nossos antecessores os recebemos, assim os
devemos transmitir aos nossos sucessores.”.
Comentários: Este Landmark nos induz para uma questão
burocrática, querendo mostrar que não podemos alterar acrescentar ou retirar
qualquer coisa nos Landmarks anteriores, mas se observamos bem resume todo
ensinamento Maçônico, tanto operativo como especulativo, pois a última frase
indica verdadeiramente como devemos receber e transmitir a boa herança de nossa
Ordem seja na parte de liturgia, esotérica ou administrativa.
ENCERRAMENTO:
Como a
nossa Ordem tem como fundamento básico a tradição, até hoje, esses “Landmarks”
de Mackey são rigorosamente observados e ninguém pensa em alterá-los. É verdade
que, de vez em quando, alguém revestido de vaidade e presunção apresenta teses
para “atualizar” os Landmarks, mas são pregadores do deserto que não conseguem
ser levados a sério.
Os 25
Landmarks nos trazem uma Ordem Maçônica completa, tanto sob o ponto de vista
administrativo, como litúrgico e místico.
Bibliografia:
- Cultura Geral e Maçônica no Brasil e no Mundo,
Hailton Meira da Silva – Ed. Menthor Textual.
- O Livro Secreto da Maçonaria, Lourivaldo Perez
Baçan – Ed. Universo dos Livros.
- Constituição e Regulamento Geral da Grande Loja
do estado do Rio de Janeiro
- O Delta Luminoso, Rizzardo da Camino – Ed.
Aurora.
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