Roberto de Jesus Sant'Anna

quarta-feira, 30 de julho de 2014

O SABER LIBERTADOR - QUEM SOMOS? DE ONDE VIMOS? PARA ONDE VAMOS?


O ditado “conhecer é poder” é confirmado diariamente na vida social. Aliás, o inverso também. E quanto ao conhecimento gnóstico? É verdade que existe um conhecimento que ultrapassa o entendimento humano?

Comecemos por dirigir nossa atenção para os conceitos de “saber” e “aprender”. Aprender significa normalmente adquirir informações e armazená-las.
O saber obtido do exterior é guardado na memória, onde fica à nossa disposição em caso de necessidade, desde que continue acessível.
Esse é um modo intelectual de aprendizagem. Ele traz um conhecimento limitado pelo tempo.
O acúmulo de conhecimentos resulta das atividades do eu que, do berço ao túmulo, é voltado para o exterior e orientado para este mundo.
É daí que provém a civilização materialista e também a política, a ciência, a vida social.
Esse tipo de saber inspira respeito e sua utilização eficiente nos relacionamentos com as outras pessoas dá poder sobre elas.
Nesse sentido, o conhecimento é, de fato, um poder.
O saber limitado do eu, no entanto, podemos nos perguntar em vista da história da humanidade: pode esse conhecimento auxiliar na resolução dos enigmas da existência?
Encontraremos a verdade aprendendo as respostas das principais perguntas?
Poderemos algum dia responder a perguntas do tipo: Quem somos? De onde viemos? Para onde vamos?
A experiência não cessa de nos ensinar o quanto é limitado o saber que o eu adquire.
Sempre vemos os limites desse saber, mesmo quando temos a impressão de tê-los ultrapassado, por exemplo, com o uso de drogas, o que é uma ilusão, porque depois de todo prazer, a vida comum diária volta à tona, com todos os seus problemas.
Não é a vida com seus problemas nada mais que um percurso absurdo do combatente?
Ou há outra forma de saber que eleva o homem acima de suas angústias e de suas preocupações cotidianas?
Um saber que é adquirido por meio de uma aprendizagem diferente; um saber que sempre acompanhou a humanidade ao longo de sua caminhada e sempre foi ensinado nos diversos e seletos caminhos da Tradição.
Um saber que se apoia na rememoração e diz respeito ao homem em sua totalidade, um saber não restrito ao intelecto, mas que se estende até à alma?
A alma é o princípio vital, o plano que serve de base para a existência humana. Um plano que abarca tudo e ultrapassa de longe o entendimento normal; atravessa as fronteiras do espaço e do tempo e reconduz o homem à eternidade.
Hoje a alma está tão rebaixada que já não pode realizar seu destino.
Por isso é preciso fazer a distinção entre a alma presa a terra, a alma natural e a alma ligada à vida divina, a alma divina e imortal.
A primeira busca o sentido da vida, a segunda o conhece.
A primeira mede a vida pelas sensações e com o auxílio do entendimento e da consciência – eu.
A segunda, tirada da eternidade, não tem o mínimo vínculo com normas terrestres; ela contém o começo e o fim, como a semente encerra a planta inteira. Para ela, o tempo não existe; há somente fases de desenvolvimento que tornam possível o desabrochar na eternidade.
As palavras “desenvolver” e “desabrochar” indicam que algo, que sempre existiu, entra em manifestação, se liberta.
A alma natural é um sistema muito complexo do qual a inteligência pode apenas sondar algumas porções.
A alma imortal não pode de forma nenhuma ser captada pela inteligência da qual ela ultrapassa os limites.
Entretanto, todos os homens têm a capacidade de libertar a alma imortal.
Todavia, o espaço e o tempo limitam a consciência natural e impedem a manifestação da alma imortal.
O ser humano é totalmente dominado pelo intelecto, que é influenciado por simpatias e antipatias.
Sua alma natural não permite nenhuma relação com a verdadeira vida.
Privado dessa relação, o homem permanece, apesar de toda felicidade que pode viver insatisfeito e descontente.
Cada homem é um arquiteto que recebeu materiais de construção dos quais ignora a finalidade.
Ele conhece o sentido de sua existência? Estudou o plano dessa existência?
A alma encerra o plano de vida descobrir o sentido de nossa vida, compreender nossa missão, exige que nos desprendamos dos conhecimentos impostos e aprendidos, e que nos tornemos conscientes da alma original, pois ela encerra o plano de vida, o plano de construção, assim como o conhecimento que permite a sua execução.
É preciso antes de tudo libertar esse conhecimento para poder executar o plano.
Como proceder? Quem ainda está consciente da alma original e imortal?
Para muitos o conhecimento em questão está perdido.
O primeiro passo no caminho que liberta dos limites do egocentrismo é compreender que a vida e a alma natural estão presas nos limites do espaço e do tempo.
É por isso que a Tradição recomendam a seus buscadores que busquem as leis e as forças que formam e regem o mundo e o homem, a fim de chegar ao verdadeiro conhecimento e voltar a se lembrar da verdadeira vida.
O ser humano está totalmente restrito às imagens geradas pelo espaço tempo e está sob sua influência.
A existência se divide em ciclos, anos, semanas, horas, segundos.
Sempre temos muito ou muito pouco tempo.
Estamos sempre presos aos limites de nossas lembranças e de nossos projetos futuros.
Muito raramente vivemos no presente.
Além disso, o homem está estritamente encurralado nas suas experiências.
Seu corpo, sua família, seu trabalho, seu pequeno mundo, o mundo do universo. Não há nenhuma escapatória.
O espaço e o tempo são as fronteiras da existência.
No interior das fronteiras, tudo obedece à lei dos opostos: o acima supõe o abaixo; o grande implica o pequeno; a luz, as trevas; a inteligência, a tolice; o feminino, o masculino; a vida, a morte; a guerra, a paz. A lista não tem fim.
Todas as flores que se abrem e florescem estão fadadas a murchar.
Os opostos estão em relação com o espaço-tempo, dimensões que são leis, e as leis criam a ordem. Não uma ordem teórica, mas uma ordem que se demonstra por uma força de correção inelutável.
Como indivíduo ou como grupo, se negligenciamos ou rejeitemos essa ordem, deveremos aceitar as consequências, esperando que sejam o resultado de uma justa avaliação!
Cada um de nós sabe que deve morrer um dia. És pó e ao pó voltará como é dito na Bíblia. Nada podemos contra essa lei.
Por que a morte causa um sentimento desagradável, embora nos submetamos sem problemas a outras leis naturais?
Será que algo como uma reminiscência da vida original se reflete em nós?
Pressentimos que algo no mais profundo de nosso ser é imortal?
Que algo continua a viver depois da morte física? Tentai relembrar: o que é a imortalidade, a eternidade?
Nada podemos dizer sobre isso, pois a fronteira entre o mortal e o imortal é intransponível.
No Novo Testamento é dito: “Meu reino não é deste mundo e A carne e o sangue não podem herdar o reino de Deus.”
A primeira proposição, Meu reino não é deste mundo, mostra que há dois reinos, o reino de Deus e o mundo material.
Há, portanto, duas leis ou ordens de natureza: por um lado, a lei do espaço-tempo, a lei da polaridade que se aplica a todos os domínios deste mundo, incluindo ao amor “divino”; por outro lado, a lei da eternidade, a lei do amor divino verdadeiro.
Como reconhecer e experimentar a ordem da eternidade?
Para responder a essa pergunta é preciso buscar o sentido da vida no espaço e no tempo.
Este mundo é a escola de aprendizagem da eternidade.
O homem aprende, aqui, pela experiência, que o amor humano não traz a realização. Essa constatação desperta nele o desejo de um Amor que transcenda a forma mais elevada de amor terreno. É nele que estão inscritas as leis da eternidade.
A natureza é o manual de instrução de Deus. As leis da eternidade aí estão inscritas; e o homem está no meio delas, mas ele não se questiona, pois tem coisas mais importantes a fazer…
Por que sempre nos focar na solução de nossos problemas? O que se interpõe no nosso caminho: o eu ou a alma? O que faz que nos esquivemos da solução?
Quem nunca tem tempo de se aprofundar na lei divina?
Quem se sente limitado?
Quem tem medo da morte?
Não é o eu que retém a alma prisioneira? Resposta: pois é, eu sou como sou. Eu sou eu.
É assim que nos desvencilhamos de nossos erros e nossos fracassos.
Então, é o eu a causa de todos os problemas!
Como o eu se forma? Ele se constitui a partir dos pensamentos, sentimentos e atos; é a soma dos três, no presente e no passado, e é formado de todas as representações e percepções que ele mesmo desperta.
Ele é o resultado das ilusões que ele mesmo forja. Ele não tem substância própria e se enraíza nas leis deste mundo dominando-as apenas por dádiva da eternidade, mas sem querer ou poder reconhecê-lo.
Sob as leis do domínio de vida original, ele derreteria como neve ao sol.
Para alcançar a unidade, a eternidade, a verdade e o amor divino, o eu deve colocar-se em segundo plano.
E isso só é possível quando o identificamos em nós mesmos, quando encontramos um ponto de vista exterior ao eu.
Nossa personalidade mortal não ama verdadeiramente a vida a não ser que tenha aceitado como única realidade a vida imutável, cujo núcleo está em nós, e reconhecido que essa vida está mais próxima do que pés e mãos e reside no silêncio do coração purificado.
A partir do momento em que nossos esforços obstinados e incansáveis
de autoconservação são vistos como aprendizagem da eternidade, já existe uma brecha nos limites do espaço e tempo.
O caminho gnóstico é a vereda ao longo da qual o verdadeiro conhecimento, a Gnosis, é revelado.
Pode levar tempo antes que as artimanhas secretas sejam descobertas, examinadas sem ideias preconcebidas e aceitas.
É uma via que exige uma vigilância absoluta.
A consciência crescente da alma verdadeira dá uma dimensão totalmente diferente à vida.
O auxílio necessário para se orientar nessa nova dimensão chega sempre no momento certo.
Quem tem olhos para ver e ouvidos para ouvir percebe os segredos do plano de Deus graças à nova consciência.
Uma vida extraordinária se manifesta, uma vida eterna no centro da existência transitória.
O homem é como um fruto que encerra uma semente.
Quando a semente da eternidade entra em manifestação, a vida eterna se torna um fato.
A sabedoria oriental denomina a semente que está em ligação direta com o amor de Deus, a Gnosis, de “a joia no lótus”.
Ao abrir-nos a ela entramos na primeira fase dos mistérios cristãos: a da fé, que corresponde à experiência do toque da eternidade no coração.
A segunda fase dos mistérios cristãos é a da esperança, na qual a nova alma é percebida. A semente começa a germinar. Uma nova faculdade se desenvolve, a do discernimento do bem e do mal. O tenro broto transpassa as trevas terrenas, e estende-se para a Luz.
A esperança leva à terceira fase dos mistérios cristãos: a do amor. A alma verdadeira renasceu; ela é a nova lei.
A lei dos opostos é reduzida a nada.
Deus e o homem são um. A semente deu nascimento a uma planta que agora floresce.
É assim que o homem retorna à perfeição divina.
A lei superior se realiza, a lei inferior desaparece.
O conhecimento original, a Gnosis, é revelado.
No prólogo de seu Evangelho, João diz: “aos que o aceitam ele dá o poder de voltarem a ser filhos de Deus.”
Aceitar esse broto, essa semente de eternidade, abrir-lhe o espaço de nosso coração, faz-nos receber a Gnosis, isto é, o autoconhecimento, o conhecimento da existência, o conhecimento do objetivo da vida.
O conhecimento nesse sentido é um poder além de todo e qualquer poder.
Ele revela o amor verdadeiro que não é desse mundo.
A descoberta do Amor marca o início do retorno à onipotência divina.
Na nova alma está inscrito o plano de nosso destino.
Ele começa no cruzamento entre o horizontal e o vertical. A ativação desse centro espiritual na força de Cristo dá início ao processo de reviravolta, de reerguimento, ou seja, de transfiguração.
O eterno começa a desagregar o transitório.
A alma-eu mortal se dissipa na alma do homem verdadeiro, o filho de Deus. A rosa floresce.
A reunião de Deus e do homem vence a “queda original” e a polarização.
Essa elevada missão que ultrapassa nosso entendimento aguarda cada um de nós.


Fraternalmente -  Jesus  Mihu Omnia


A FARSA SOBRE A INCONFIDÊNCIA MINEIRA

A "história" do Brasil é uma grande MENTIRA bem contada!
Se a "cereja do bolo" da história brasileira é uma grande farsa, imagine o resto do "bolo"...
O MARTÍRIO DE TIRADENTES, UMA FARSA CRIADA POR LÍDERES DA INCONFIDÊNCIA MINEIRA.

por Guilhobel Aurélio Camargo

Ele estava muito bem vivo, um ano depois, em Paris. O feriado de 21 de abril é fruto de uma história fabricada que criou Tiradentes como bode expiatório, que levaria a culpa pelo movimento da Inconfidência Mineira. Quem morreu no lugar dele foi um ladrão chamado Isidro Gouveia.

A mentira que criou o feriado de 21 de abril é: Tiradentes foi sentenciado à morte e foi enforcado no dia 21 de abril de 1792, no Rio de Janeiro, no local chamado Campo da Lampadosa, que hoje é conhecido como a Praça Tiradentes. Com a Proclamação da República, precisava ser criada uma nova identidade nacional. Pensou-se em eternizar Marechal Deodoro, mas o escolhido foi Tiradentes. Ele era de Minas Gerais, estado que tinha na época a maior força republicana e era um polo comercial muito forte. Jogaram ao povo uma imagem de Tiradentes parecida com a de Cristo e era o que bastava: um “Cristo da Multidão”. Transformaram-no em herói nacional cuja figura e história “construída” agradava tanto à elite quanto ao povo.

A vida dele em poucas palavras: Tiradentes nasceu em 1746 na Fazenda do Pombal, entre São José e São João Del Rei (MG). Era filho de um pequeno fazendeiro. Ficou órfão de mãe aos nove anos e perdeu o pai aos 11. Não chegou a concluir o curso primário. Foi morar com seu padrinho, Sebastião Ferreira Dantas, um cirurgião que lhe deu ensinamentos de Medicina e Odontologia. Ainda jovem, ficou conhecido pela habilidade com que arrancava os dentes estragados das pessoas. Daí veio o apelido de Tira-Dentes. Em 1780, tornou-se um soldado e, um ano à frente, foi promovido a alferes. Nesta mesma época, envolveu-se na Inconfidência Mineira contra a Coroa portuguesa, que explorava o ouro encontrado em Minas Gerais. Tiradentes foi iniciado na Maçonaria pelo poeta e juiz Cruz e Silva, amigo de vários inconfidentes. Tiradentes teria salvado a vida de Cruz e Silva, não se sabe em que circunstâncias.

Tiradentes, Maçonaria e a Inconfidência Mineira: Como era um simples alferes (patente igual à de tenente), não lideraria coronéis, brigadeiros, padres e desembargadores, que eram os verdadeiros líderes do movimento. Semi-alfabetizado, é muito provável que nunca esteve plenamente a par dos planos e objetivos do movimento. Em todos os movimentos libertários acontecidos no Brasil, durante os  séculos XVIII e XIX, era comum o "dedo da Maçonaria". E Tiradentes foi maçom, mas estava longe de acompanhar os maçons envolvidos na Inconfidência, porque esses eram cultos, e em sua grande parte, estudantes que haviam recentemente regressado "formados” da cidade de Coimbra, em Portugal. Uma das evidências documentais da participação da Maçonaria são as cartas de denúncia existentes nos autos da Devassa, informando que maçons estavam envolvidos nos conluios.

Os maçons brasileiros foram encorajados na tentativa de libertação, pela história dos Estados Unidos da América, onde saíram vitoriosos - mesmo em luta desigual - os maçons norte-americanos George Washington, Benjamin Franklin e Thomas Jefferson. Também é possível comprovar a participação da Maçonaria na Inconfidência Mineira, sob o pavilhão e o dístico maçônico do Libertas Quae Sera Tamen, que adorna o triângulo perfeito, com este fragmento de Virgílio (Éclogas, I, 27). Tiradentes era um dos poucos inconfidentes que não tinha família. Tinha apenas uma filha ilegítima e traçava planos para casar-se com a sobrinha de um padre chamado Rolim, por motivos econômicos. Ele era, então, de todo o grupo, aquele considerado como uma “codorna no chão”, o mais frágil dos inconfidentes. Sem família e sem dinheiro, querendo abocanhar as riquezas do padre. Era o de menor preparo cultural e poucos amigos. Portanto, a melhor escolha para desempenhar o papel de um bode expiatório que livraria da morte os verdadeiros chefes.

E foi assim que foi armada a traição, em 15 de março de 1789, com o Silvério dos Reis indo ao Palácio do governador e denunciando o Tiradentes. Ele foi preso no Rio de Janeiro, na Cadeia Velha, e seu julgamento prolongou-se por dois anos. Durante todo o processo, ele admitiu voluntariamente ser o líder do movimento, porque tinha a promessa que livrariam a sua cabeça na hipótese de uma condenação por pena de morte. Em 21 de abril de 1792, com ajuda de companheiros da Maçonaria, foi trocado por um ladrão, o carpinteiro Isidro Gouveia. O ladrão havia sido condenado à morte em 1790 e assumiu a identidade de Tiradentes, em troca de ajuda financeira à sua família, oferecida a ele pela Maçonaria. Gouveia foi conduzido ao cadafalso e testemunhas que presenciaram a sua morte se diziam surpresas porque ele aparentava ter bem menos que seus 45 anos. No livro, de 1811, de autoria de Hipólito da Costa ("Narrativa da Perseguição") é documentada a diferença física de Tiradentes com o que foi executado em 21 de abril de 1792. O escritor Martim Francisco Ribeiro de Andrada III escreveu no livro "Contribuindo", de 1921: "Ninguém, por ocasião do suplício, lhe viu o rosto, e até hoje se discute se ele era feio ou bonito...".

O corpo do ladrão Gouveia foi esquartejado e os pedaços espalhados pela estrada até Vila Rica (MG), cidade onde o movimento se desenvolveu. A cabeça não foi encontrada, uma vez que sumiram com ela para não ser descoberta a farsa. Os demais inconfidentes foram condenados ao exílio ou absolvidos.

A descoberta da farsa: Há 41 anos (1969), o historiador carioca Marcos Correa estava em Lisboa quando viu fotocópias de uma lista de presença na galeria da Assembleia Nacional francesa de 1793. Correa pesquisava sobre José Bonifácio de Andrada e Silva e acabou encontrando a assinatura que era o objeto de suas pesquisas. Próximo à assinatura de José Bonifácio, também aparecia a de um certo Antônio Xavier da Silva. Correa era funcionário do Banco do Brasil, se formara em grafotécnica e, por um acaso do destino, havia estudado muito a assinatura de Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes. Concluiu que as semelhanças eram impressionantes.

Tiradentes teria embarcado incógnito, com a ajuda dos irmãos maçons, na nau Golfinho, em agosto de 1792, com destino a Lisboa. Junto com Tiradentes seguiu sua namorada, conhecida como Perpétua Mineira e os filhos do ladrão morto Isidro Gouveia. Em uma carta que foi encontrada na Torre do Tombo, em Lisboa, existe a narração do autor, desembargador Simão Sardinha, na qual diz ter-se encontrado, na Rua do Ouro, em dezembro do ano de 1792, com alguém muito parecido com Tiradentes, a quem conhecera no Brasil, e que ao reconhecê-lo saiu correndo. Há relatos que 14 anos depois, em 1806, Tiradentes teria voltado ao Brasil quando abriu uma botica na casa da namorada Perpétua Mineira, na rua dos Latoeiros (hoje Gonçalves Dias) e que morreu em 1818. Em 1822, Tiradentes foi reconhecido como mártir da Inconfidência Mineira e, em 1865, proclamado Patrono Cívico da nação brasileira.


"É possível enganar parte do povo todo o tempo; é possível enganar parte do tempo todo o povo; jamais se enganará todo o povo todo o tempo."

(Abraham Lincoln)


HISTÓRIA DO GOSP - GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO

Um pouco da História


O GRANDE ORIENTE DE SÃO PAULO, foi fundado, com este nome em 29 de julho de 1921, por grande parte das Lojas maçônicas do Estado de São Paulo, mas a origem da Maçonaria Paulista remonta a 19 de agosto de 1831, quando foi fundada a Loja "INTELIGÊNCIA", na cidade de Porto Feliz, então subordinada ao Grande Oriente Brasileiro (ou "Grande Oriente do Passeio") e que passou à jurisdição do Grande Oriente do Brasil em 19 de agosto de 1832 e a Loja "AMIZADE" de 13 de maio de 1832, na Capital Paulista.
O Grande Oriente de São Paulo é a instituição Maçônica mais antiga presente no estado de São Paulo sendo federado ao Grande Oriente do Brasil, Potência mais antiga do Brasil e reconhecia pela Grande Loja Unida da Inglaterra.
Ao longo de seus 90 anos ininterruptos de funcionamento, o GOSP como é conhecido, teve presença marcante na história do Estado de São Paulo, com suas lojas maçônicas jurisdicionadas, participando de diversos momentos históricos marcantes, como a revolução constitucionalista de 1932, no qual, membros de Lojas maçônicas lutaram para defender os ideais democráticos e constitucionais.
Inúmeras foram as ações, nestes 90 anos, empreendidas, fomentadas ou, onde a participação de Maçons do Grande Oriente de São Paulo foi decisiva, mas quem sabe a menos aludida pela história, tenha sido a participação de inúmeros Maçons na construção progressista da Sociedade Paulista.
Atualmente, o GOSP, conta com mais de 746 lojas em todo o Estado, mais de 140 diferentes tecnologias sociais e com mais de 21 mil obreiros, trabalhadores da transformação para o Bem Social.
Ressaltamos finalmente, o caráter gestor e moderno do Grande Oriente de São Paulo que entre tantas ações, destaca-se por sua preocupação constante com trabalho social, democrático e de direito da sociedade Paulista.
Na vanguarda da Maçonaria Brasileira, o GOSP tem se destacado com projetos e programas especiais como a Ação Política na Maçonaria, a criação dos Institutos profissionais e o Instituto Acácia de Responsabilidade Social, que apóia as mais diversas obras sociais das Lojas e que enaltecem o protagonismo de seus obreiros nas mais relevantes questões políticas e sociais do Estado e do Brasil.


Estimados e queridos Irmãos do Grande Oriente de São Paulo,
Com grande honra, comemoramos todos hoje, dia 29 de julho de 2014, o 93º Aniversário de nosso Grande Oriente de São Paulo. Estar durante esses anos, no primeiro malhete de nossa instituição, foi uma oportunidade única, que me foi dada através da confiança dos Irmãos. E com a ajuda de todos os Irmãos e dos poderes constituídos, do Grande Oriente de São Paulo, conseguimos por em pratica ações que visam o engrandecimento moral, intelectual e a permeabilidade de nossa instituição em distintas áreas da sociedade.
Se hoje comemoramos 93 anos do GOSP, comemoramos 183 anos da Maçonaria do Grande Oriente do Brasil em nosso Estado, e é justo lembrar que todos os Irmãos que nos antecederam, Grão Mestres ou obreiros, caminharam por esta senda de virtudes, semeando tudo aquilo de bom que hoje colhemos. A estes Irmãos que fizeram a história Paulista, Honra e Glória neste dia. Cabe-nos, seguir o caminho descortinado por estes grandes maçons, a maioria deles, obreiros anônimos, e seguir semeando para o futuro de nossa Ordem, sementes de fraternidade de verdade e de justiça.
Parabéns, Grande Oriente de São Paulo!

Mario Sergio Nunes da Costa
Eminente Grão Mestre do Grande Oriente de São Paulo


quarta-feira, 23 de julho de 2014

ANTIGOS LANDMARKS DA ORDEM

Antigos Landmarks da Ordem

•        Em uma tradução livre temos: marco de limite, ou seja, o ponto máximo que não se deve ou não se pode ultrapassar. (Livro Cultura Geral Maçônica do Ir. Hailton Meira da Silva pág. 175); ou
•        Segundo o Livro O Delta Luminoso de Rizzardo da Camino na pág. 75: “Landmark, constitui o marco escrito que fixa o ponto de partida para que a Maçonaria seja considerada Regular e aceita em todo o mundo”.

Como surgiu os Landmarks?

“•        Com efeito, a expressão “Landmarks”, tem significado, ao pé da letra, na língua inglesa, de “ marcação de terra” (land = terra e mark = marca para limites entre duas ou mais áreas de terra).
•        Essa nomenclatura foi inspirada no Velho Testamento – Provérbios, 22,28 e 23,10: “Não removas os antigos limites que teus pais fizeram” e “não removas os antigos limites nem entre nos campos dos órfãos”. Deuteronômios, 19,14: “não tomarás nem mudarás os limites do teu próximo que os antigos estabeleceram na tua propriedade”
•        Esta palavra surgiu pela primeira vez na compilação dos Regulamentos Gerais de 1721, incluídos na Constituição de James Anderson.

Os Antigos Landmarks da Ordem contidos na Constituição Geral da Grande Loja Maçônica do Estado do Rio de Janeiro (pág. 37)

•        São 25 Landmarks que formam 5 grupos:
•        5 estabelecem normas sobre a Ordem, obrigatórias e imprescindíveis para que uma Potência seja regular e seja reconhecida pelas demais.( 1º,2º,3º,  18º e 24º)
•        5 dizem respeito ao Grão-Mestre, dando as linhas básicas para o seu exercício como dirigente absoluto.(4º,5º,6º,7º e 8º)
•        5 referem-se ás Lojas, com as suas obrigações para possam funcionar regularmente,(10º,11º,14º,16º e 21º)
•        9 relacionam-se aos próprios maçons, orientando-os para que possam ser universalmente ligados à fraternidade.(9º,12º,13º, 15º,17º,19º,20º,22º e 23º)
•        E o último grupo formado de UM só Landmark, o 25º, que contem a base da tradição maçônica e  protege todos os outros, garantindo a sobrevivência da Ordem.
(Livro O Delta Luminoso de Rizzardo da Camino, pág, 79)

1º - Os processos de reconhecimento são os mais legítimos e inquestionáveis de todos os Landmarks. Não admitem mudança de qualquer espécie.

Comentários: Desde o primeiro Landmark notamos que a obediência deve ser uniforme e global. Todos os 25 Landmarks devem ser respeitados e obedecidos, a violação de um só landmark equivale à desobediência de todos eles.

2º - A Maçonaria Simbólica é dividida em três graus imutáveis que são os de Aprendiz, Companheiro e Mestre.

Comentários: Este Landmark define uma Maçonaria com três graus: Aprendiz, Companheiro e Mestre, inspirando-se na construção do Templo de Salomão. Podemos afirmar também que o sistema de três graus parte do ano de 1723 com o Livro das Constituições, pois na Idade Média a Maçonaria classificava seus membros em Aprendizes e Companheiros e  o grau de Mestre era dado ao  dirigente. Com as sucessivas eleições passou assim a constituir um grau à parte e hoje é dado o nome de “Mestre Instalado”, ou “Past Máster” aqueles que exerceram a Venerança.


3° - A lenda do terceiro grau deve ter a sua integridade respeitada. Qualquer Ritual que a excluísse ou que a alterasse cessaria  por isso mesmo  de ser um Ritual Maçônico.

Comentários: A lenda do 3º Grau  só foi  introduzida depois da criação  da Primeira Grande Loja, a partir de 1724, é universalmente aceita e origina-se de uma lenda cujo os fundamentos são encontrados na História Sagrada quando da construção do Templo de Salomão.


4º - O governo da fraternidade é presidido  por um Oficial denominado  Grão-Mestre, eleito  pelo povo Maçônico. Se o atual sistema de governo legislativo por Grandes Lojas fosse abolido, sempre seria mister a existência de um Grão-Mestre.

Comentários: Com a fundação da Primeira Grande Loja em 1717, foi eleito o primeiro Grão-Mestre Anthony Sayer. Antes da Primeira Grande Loja, as Lojas eram livres, trabalhando independentemente umas das outras e eram dirigidas cada uma delas por um Máster.
Agora vamos a uma citação do Livro “O Delta Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 89:

...Desde o início verifica-se que a atuação do Grão-Mestre não depende de outra autoridade.
Enganam-se os que julgam que a Maçonaria foi ou deva ser um governo democrático, assim como são  os governos civis em sua grande maioria.
Sem ser despótico, o governo maçônico apresenta-se como uma autoridade hierárquica.
...Nenhuma Loja e nenhum maçom  poderá ser considerado regular se não se submeter às determinações de seu Grão-Mestre.
...A obediência passa por escalões hierárquicos, sendo assim, um membro de uma Loja, que não ocupe qualquer cargo, receberá as determinações de um superior hierárquico que por sua vez já as cumpriu e tem a experiência necessária para esclarecer o modo do cumprimento para  que qualquer dúvida já esteja dirimida e para que não haja dificuldade para o Aprendiz em obedecer.

  
5º - É prerrogativa do Grão-Mestre presidir todas as reuniões maçônicas ocupando o trono quando se  ache presente.

Comentários: Vamos a mais uma citação do Livro “O Delta Luminoso” de Rizzardo da Camino pág. 90:
...Trata-se de um direito decorrente da posição hierárquica. Sendo o Grão-Mestre a mais alta autoridade maçônica, é obvio que quando presente, a ele deva ser entregue a direção da Loja e dos trabalhos, que, contudo, poderá agradecer e devolver.
Seria impraticável uma  reunião não presidida pelo dirigente máximo, estando ele presente; haveria uma diminuição de autoridade e uma subversão da ordem hierárquica, como também, um desrespeito à autoridade constituída.
Quando um Grão-Mestre entrar, no início ou durante os trabalhos, nem sequer aguardará o convite para assumir o “malhete”, pois sua prerrogativa autoriza tomar o lugar do venerável, espontânea e automaticamente.
Nas cerimônias de Iniciação, Regularização, Exaltação ou Elevação, bem como da formação de uma Cadeia de União, ou qualquer ato festivo ou litúrgico, quando presente o Grão-Mestre e, assim o desejando ele, os trabalhos, pelo mesmo serão dirigidos.
Caso outras autoridades maçônicas acompanhem o Grão-Mestre, estas ocuparão, imediatamente os lugares que lhes pertencerão por força de suas posições hierárquicas.


6º - É prerrogativa de o Grão-Mestre conceder licença para conferir  graus em tempos  anormais, os estatutos maçônicos exigem um mês ou mais para o tempo que deve transcorrer  entre a proposta e a recepção  do candidato. O Grão-Mestre, porém, tem o direito de pôr de lado ou dispensar essa exigência  e permitir a iniciação imediata.

Comentários: Este Landmark desrespeito ao interstício que são regulamentados e dependem das próprias disposições das Lojas quanto em avaliar a preparação do maçom para o aumento de salário, contudo em casos especiais, e face a necessidade que possa surgir, o Grão-Mestre, a pedido, poderá por meio de “placet”, dispensar o prazo intersticial.


7º - É prerrogativa de o Grão-Mestre dar autorização para fundar e manter Lojas. Em virtude  dela, pode conceder a um numero suficiente de Mestres Maçons o privilégio de se reunir e conferir graus. As Lojas assim constituídas são chamadas “Lojas Licenciadas” e, qualquer  que seja o prazo de sua existência, podem ser dissolvidas por ato seu.

Comentários: As denominadas  “Lojas Licenciadas”, são fundadas no período desejado pelo Grão-Mestre, que autoriza um grupo de Irmãos a trabalharem, conferirem graus e administrarem instruções. Muito raro é ver  uma “Loja Licenciada”, mas isso poderá ocorrer em tempos de calamidade pública, guerras ou perseguições.


8º - É prerrogativa do Grão–Mestre criar Mestres Maçons por sua deliberação. Para tanto, o Grão-Mestre convoca em seu auxílio seis outros MM\MM\ pelo menos, forma uma Loja e, sem nenhuma prova prévia, confere os graus aos candidatos. Feito isto, dissolve a Loja e despede os Irmãos. As Lojas convocadas por esse meio são chamadas “Lojas Ocasionais ou de Emergência”.

Comentários: Este Landmark também é conhecido como a prerrogativa do Grão-Mestre em Iniciar Maçons “à vista” e também em conceder-lhes graus com a dispensa de cerimoniais, a exemplo disso  podemos dizer que um profano que sempre teve intenso desejo de ser maçom, vendo chegar a morte, chama o Grão-Mestre e lhe suplica receber o juramento porque, seu último desejo será morrer investido na qualidade de maçom. Na prática temos um caso bastante conhecido na Maçonaria que é a Iniciação de D. Pedro I.


9º - Os Mestres Maçons devem-se congregar em Lojas com o fim de se entregarem as tarefas operativas. Antigamente, essas reuniões eram ocasionais e esporádicas, sem lugar certo para a reunião. Convocadas para assuntos especiais, eram dissolvidas, separando-se os Irmãos para de novo se reunirem em outros pontos e em outras épocas. O sistema de Lojas com Cartas Constitutivas e regulamentos internos é de um período mais recente.

Comentários: O homem sente necessidade de viver em comunidade. O pior dos males que possa ocorrer  a alguém é a solidão. A finalidade da criatura humana é constituir família para garantir a subsistência da espécie e viver agrupado. O termo Loja deve ser entendido nos seus dois sentidos: o Templo material e o Templo espiritual. O Corpo Místico da Loja, evidentemente, é a congregação dos seus membros. O princípio do 9º Landmark, diz respeito a esta dupla definição. Loja será a reunião de maçons investidos em seus cargos, desenvolvendo um ritual, obedecendo as normas constitucionais e regulamentares, dentro de um Templo consagrado, o que conduz, outrossim, ao entendimento  de que o maçom filiado a uma Loja, tem a obrigação de frequentar, sempre que possível, as suas reuniões. As tarefas operativas, talvez não exigissem uma presença constante, mas nos dias atuais, as tarefas especulativas conduzem a uma presença constante, porque o homem no mundo moderno se desgasta rapidamente e suas forças espirituais devem encontrar renovação urgente.


10º - O governo da Fraternidade congregada em Loja só é válido e legal quando exercido por um Venerável e dois Vigilantes. Qualquer outra denominação desses três dirigentes não confere à reunião o reconhecimento de Loja.

Comentários: A forma de governo de uma Loja por um venerável e dois Vigilantes é tradicional. Desde os tempos dos colégios romanos é conhecido que três  ou mais formam um colégio. É por isso que o mínimo de três elementos constitui  uma das bases de uma Loja e o 10º Landmark evidencia a necessidade de uma Loja possuir um Governo e obviamente este Governo deverá estar presente às reuniões, b em como, se pressupõe que o mesmo seja regularmente eleito.

  
11º - A Loja, quando reunida deve estar a coberto. O Guarda do Templo deve velar para que o local das reuniões esteja absolutamente vedado à intromissão de profanos. É seu dever guardar a porta do Templo, evitando que se ouça o que dentro dele se passa.

ComentáriosO 11º Landmark não deve ser compreendido, apenas, no sentido material, mas sim, conjugado ao mais alto sentido espiritual, que surge misticamente, através de um som musical, de uma luminosidade adequada e de odor de um incenso apropriado.


12º - Cada Irmão tem o direito representativo nas reuniões gerais da Fraternidade. Antigamente, cada Irmão representava-se por si mesmo. Hoje, porém, nas Grandes Lojas, só tem direito assistência os Veneráveis, sendo os Irmãos representados por seus oficiais. Apesar dessa concessão, feita em 1717, nem por isso deixa de existir  o direito de representação.

Comentários: Nas reuniões gerias outrora chamadas de Assembleias Gerais, todos os Irmãos, inclusive Companheiros e Aprendizes, tinham o direito de presenciar as Assembleias e votar, foi  quando, ainda inexistindo um Constituição, o primeiro Grão-Mestre Anthony Sayer estabeleceu a forma de representação que as Lojas deviam ter nas Assembleias trimestrais, a fim de evitar a presença de todos os maçons, limitando essa representação ao venerável e Vigilantes de cada Loja, portanto se trata de um landmark moderno, mais um principio fundamental estabelecido  para a boa marcha administrativa. De qualquer forma, cada maçom encontra-se representado  nas reuniões por seus Veneráveis, 1º e 2º Vigilantes e ou Mestre Maçom de sua Loja.


13º - O direito de recurso de cada maçom, das decisões dos seus Irmãos em Loja para a Grande Loja ou Assembleia Geral dos Irmãos, é um Landmark essencial  para a preservação da justiça e para prevenir as opressões.

Comentários: Mesmo que se possa  considerar este landmark como instituído após 1717, faz parte de um todo admitido como regra áurea por todos os maçons e hoje os recursos abrangem, não só, direitos individuais, mas posições administrativas, decisões que digam respeito a ornamentações, festividades e outras que não envolvem punições ou expulsões. As  constituições e Regulamentos, obviamente, contem dispositivos próprios neste sentido.


14º - Todo maçom tem o direito de visitar e tomar assento em qualquer Loja. o consagrado “direito de visitar” sempre foi reconhecido como direito inerente a todo Irmão em viagem pelo Universo. Dessa Forma, as Lojas são encaradas como meras divisões por conveniência da família maçônica universal.

Comentários: O conceito de “visitar” deve ser interpretado como o direito de todo maçom ser recebido numa Loja. Este princípio decorre de que cada maçom é um elo de uma corrente e que tem o seu lugar não só assegurado como necessário em qualquer Loja. Hoje apesar da grande tolerância  existente, numa Loja regular, somente são admitidos visitantes que se originem de outra Loja regular e que sejam, ou portadores de documentos ou possuam a palavra semestral atualizada (15º Landmark).
Esotericamente um maçom pode estar presente em uma reunião sem lá conduzir seu corpo  material, pois, para o espírito, não poderá haver “porta” de entrada e nem proibições.


15º - Nenhum visitante desconhecido dos Irmãos de uma Loja pode ser admitido como visitante sem que seja primeiramente examinado conforme os antigos costumes. Só pode esse exame ser dispensado se o maçom for conhecido de  algum Irmão do Quadro que pôr ele se  responsabilize.

Comentários: É o chamado “Telhamento”, mais conhecido como “Trolhamento”.


16º - Nenhuma Loja pode intrometer-se em assuntos que digam respeito a outras, nem conferir graus a Irmãos de outro Quadros.

Comentários: A obediência aos Landmarks e Preceitos Antigos não traduzem dependência, mas sim princípios básicos. A obediência às Constituições (cada Grande Loja possui a sua própria constituição) decorre que cada Loja aprovou a sua Constituição.  Este Landmark vem apenas nos lembrar de que as decisões das lojas são soberanas, apenas tendo os seus membros o direito de apelo a uma Autoridade Superior, em casos previstos e aceitos por todos. (13º Landmark).


17º - Todo o maçom está sujeito às leis e regulamentos da jurisdição maçônica em que residir, mesmo não sendo membro de qualquer Loja. A não filiação é já por si uma falta maçônica.

Comentários: No princípio cada maçom era julgado pelos seus próprios pares dentro de sua Loja. Com o surgimento das Grandes Lojas, além das decisões privadas de cada Loja, passou o maçom a contar com o recurso de um julgamento em segunda instancia pela sua Grande Loja e este Landmark além de nos lembrar do 13º Landmark, também evidencia a necessidade de todo maçom está reforçando as colunas da Maçonaria Universal, filiando-se em alguma Loja, seja como e onde estiver.


18º - Os candidatos a iniciação devem ser isentos de defeitos físicos ou mutilações, livres de nascimento e maiores. Uma mulher, um aleijado ou um escravo não podem ingressar na Fraternidade.

Comentários: É óbvio que este Landmark tinha foco para uma determinada época e é sabido também que se tem admitido candidatos portadores de defeitos físicos que não prejudiquem a ritualística e que esses mesmos resultam em maçons impecáveis,  mesmo assim nós não estamos aqui para questionar este Landmark, seja porque não existem mais escravos ou porque a mulher tem conseguido bastante equiparação social junto ao homem, nada disso nos importa e sim o cumprimento deste Landmark conforme veremos mais adiante com 25º Landmark.


19º - A negação da crença no G\A\D\U\ é impedimento absoluto e insuperável para a iniciação.

20º - Subsidiariamente a essa crença é exigida a crença em uma vida futura.

Comentários: O candidato para ser admitido maçom, presta juramento em obediência aos rituais. Os juramentos são dirigidos a “algo” Superior, pois, sempre, o ser humano, desde os nossos indígenas até as sociedades primitivas, colocava os seus destinos e interesses aos cuidados de uma divindade. A Maçonaria designa Deus como o Grande Arquiteto do Universo, abrangendo assim, toda gama das “personalidades” de Deus, como Ser criador e atuante, não só no mundo, como no Universo todo e em todos os sentidos, portanto a adoção do 19º Landmark, não diz respeito à aceitação do que não pode ser explicado, mas sim, como princípio de “obediência” ao conjunto dos 25 Landmarks. O candidato, sempre é posto a par, isto antes de ser aceito e durante o cerimonial de iniciação, da obrigatoriedade de obediência às Leis da Maçonaria. Nenhum candidato é obrigado a entrar na Maçonaria, mas se assim deseja, deverá ou aceitar a crença em Deus por convicção, ou em obediência às Leis da Maçonaria. Conjuntamente a este sentido de que a Maçonaria não quer discutir a existência de Deus ou não, também ela no 20º Landmark não quer discutir a reencarnação ou a ressurreição  em uma vida após a morte e sim que o candidato encerrado na Câmara de Reflexão possa encontrar os elementos da morte e penetrando em seus mistérios analise a retrospectiva do que fez e como usou sua vida, para que morrendo simbolicamente, possa renascer e retornar a vida como um verdadeiro Maçom.


21º - É indispensável à existência no altar de um “Livro da Lei”. Não cuidando a Maçonaria de intervir nas peculiaridades da fé religiosa de seus membros, esse livro pode variar conforme os credos.

Comentários: Este landmark nos fala do Livro da Lei, porém na verdade é o Livro Sagrado ou Livro da Lei Moral,  Bíblia, Alcorão, Torá, Talmud, etc..., pois mais adiante no mesmo Landmark fala-se em fé religiosa e credos, portanto não caberia colocarmos como Livro da Lei, por exemplo, a Constituição Federal de nosso país ou  mesmo a Constituição e Regulamento Geral da Grande Loja. Cada povo terá a presença do Livro Sagrado que representar a sua fé, pois a presença do Livro Sagrado (Livro da Lei Moral) constitui a prova da liberdade de  culto, porque em cada país a Maçonaria terá o Livro da fé da maioria de seus membros. A leitura do Livro sagrado e ou Livro da  Lei, dentro de nossos Templos, sempre constituiu parte importante e altamente cerimoniosa, porque a “palavra” foi dada para ser obedecida, e a renovação de sua leitura, sendo já conhecida por todos, no dia a dia, assume novos aspectos despertando assim, o homem por um caminho tranquilo e traçado em seu beneficio pelo Grande Arquiteto do Universo.







22º - Todos os MM\ MM\ São absolutamente iguais dentro da Loja, sem distinção de prerrogativas profanas, de privilégios que a  sociedade confere. A Maçonaria a todos nivela nas reuniões maçônicas.



Comentários: Não podemos confundir a hierarquia Maçônica com as prerrogativas profanas e nem com os privilégios que a sociedade confere, posto que a existência desta hierarquia Maçônica constitui a garantia de sua continuidade, todavia, realmente há, em caso de proteção, de conjunto, de nomenclatura, igualdade entre os maçons, sem distinção de graus, porém como poderiam existir Aprendizes sem os Mestres e estes como poderiam se classificar sem um órgão superior  a orientá-los? Os Aprendizes tem o direito de voto igual a todos; o direito de frequência e de participar em todos os atos litúrgicos concernentes ao seu Grau, contudo, não se poderá admitir que um Aprendiz recém advindo possa conhecer todos os aspectos administrativos da Loja e possa tomar parte nas decisões relevantes. O Aprendizado deve ser longo, isto em qualquer setor intelectual e prático e somente o conhecimento é que fará do indivíduo um profissional competente, portanto, a diferença ou discriminação diz respeito, apenas  ao “tempo”, eis que, todo Aprendiz consciente de sua responsabilidade, em tempo breve, atingirá os graus necessários para sua plenitude maçônica.

23º - Todos os conhecimentos recebidos pela iniciação, tanto  os métodos  de trabalho como as lendas e tradições devem ser conservados secretos e só podem ser comunicados a outros Irmãos.

Comentários: A Maçonaria não é uma sociedade secreta. O segredo maçônico deve ser  entendido em duas formas: o segredo da Instituição e o segredo dos Rituais. Hoje, a Instituição não necessita mais manter-se no ostracismo, em secreto, hoje, maçons desfilam paramentados, por ocasião de festividades pátrias e maçônicas, porém, mantém-se o segredo, sobre as palavras de ordem, de passe, semestral, os sinais, as saudações e as decisões que devam ser mantidas em reserva. O  segredo ritualístico deve ser mantido em obediência aos juramentos e esta atitude, demonstra o fiel cumprimento deste Landmark.


24º - A Maçonaria fundou em ciência especulativa segundo métodos operativos e o uso simbólico, explicando esses métodos e os termos nele empregados com o propósito de ensinamento moral. É indispensável à preservação da lenda do Templo do Rei Salomão.

Comentários: A Maçonaria atual é a que chegou até nós, após a sua reestruturação em 1717. Este landmark diz respeito a esta maçonaria  relativamente moderna, por isto, coloca  a “moral” e a “religião” como resultado do trabalho operativo e especulativo. O ensinamento moral e religioso não deverá ser confundido com a moral comum ou com uma determinada religião, pois a Maçonaria aceita em seus ensinamentos um princípio religioso, mas no sentido de re-ligação, entre a mente humana e o Poder Supremo, portanto diz-se com muita propriedade que os símbolos possuem a sua própria linguagem, e que os símbolos falam, é preciso então desenvolver os sentidos de audição espiritual, para ouvir a voz dos símbolos,  e estes estudos, esta dedicação, nada mais é que um ato de obediência ao 24º Landmark, onde a lenda da construção do Templo de Salomão é rico simbolismo e ensinamentos filosóficos.


25º - O último Landmark é o que afirma a inalterabilidade dos anteriores, nada podendo lhes ser acrescido ou retirado, nenhuma modificação podendo lhes ser introduzida, dentro da seguinte regra: “Assim como de nossos antecessores os recebemos, assim os devemos transmitir aos nossos sucessores.”.

Comentários: Este Landmark nos induz para uma questão burocrática, querendo mostrar que não podemos alterar acrescentar ou retirar qualquer coisa nos Landmarks anteriores, mas se observamos bem resume todo ensinamento Maçônico, tanto operativo como especulativo, pois a última frase indica verdadeiramente como devemos receber e transmitir a boa herança de nossa Ordem seja na parte de liturgia, esotérica ou administrativa.




ENCERRAMENTO:

Como a nossa Ordem tem como fundamento básico a tradição, até hoje, esses “Landmarks” de Mackey são rigorosamente observados e ninguém pensa em alterá-los. É verdade que, de vez em quando, alguém revestido de vaidade e presunção apresenta teses para “atualizar” os Landmarks, mas são pregadores do deserto que não conseguem ser levados a sério.
Os 25 Landmarks nos trazem uma Ordem Maçônica completa, tanto sob o ponto de vista administrativo, como litúrgico e místico.

Bibliografia:

- Cultura Geral e Maçônica no Brasil e no Mundo, Hailton Meira da Silva – Ed. Menthor Textual.
- O Livro Secreto da Maçonaria, Lourivaldo Perez Baçan – Ed. Universo dos Livros.
- Constituição e Regulamento Geral da Grande Loja do estado do Rio de Janeiro

- O Delta Luminoso, Rizzardo da Camino – Ed. Aurora.