Letra e música – D. Pedro I
Pedro de Alcântara,
Francisco, Antônio, João, Carlos, Xavier de Paula, Miguel, Rafael, Joaquim,
José, Gonzaga, Pascoal, Cipriano, Serafim, de Bragança e Bourbon.
(Fonte: Arquivo
Nobiliárquico - Barão de Smith Vasconcellos)
Da luz que de si
difunde
Sagrada Filosofia
Surgiu no mundo assombrado
A pura Maçonaria
A Idade Média é
considerada a “idade das trevas”, os “mil anos de escuridão”, pois a Igreja
Católica impedia a evolução da ciência e controlava a educação, promovendo a
submissão da razão em nome da fé. Após o fim da Idade Média, tem-se a Idade
Moderna, na qual surgiram o Iluminismo e a Maçonaria. A Maçonaria é
considerada, junto de outras instituições, a responsável pela difusão do ideal
de livre busca da verdade.
Maçons, alerta! ]
Tendes
firmeza ] Refrão
Vingais direitos
]
Da natureza
]
Os “direitos da
natureza” são os direitos naturais, defendidos pelos jusnaturalistas. Trata-se
dos direitos considerados próprios do ser humano, independente de época e
lugar. Entre esses direitos, destaca-se os direitos a vida, a liberdade, a
resistência à opressão, e a busca da felicidade. Esses direitos foram, em
outras épocas, tomados do homem através da tirania e do fanatismo. E cada maçom
deve defendê-los.
Da razão parto
sublime
Sacros cultos
merecia
Altos heróis
adoraram
A pura Maçonaria
A alegoria da
caverna, de Platão, mostra o homem cego e acorrentado pelas amarras da ignorância,
e ensina que a descoberta do mundo deve se dar de forma gradativa. O homem ao
sair da caverna sofre como um recém-nascido quando do parto, mas ambos ganham
um mundo novo. Após os anos de “mundo assombrado”, a humanidade assiste o
nascimento da Maçonaria, uma Ordem cujos ritos cultuam a razão, retirando
homens da caverna da ignorância e dando-lhes a luz de uma nova vida. Talvez por
isso da Maçonaria ser berço de tantos heróis e libertadores.
(Refrão)
Da razão suntuoso
Templo
Um grande Rei
erigia
Foi então
instituída
A pura Maçonaria
O grande Rei
erigindo um suntuoso Templo da razão é o Rei Salomão, tido como possuidor de
toda a sabedoria. E é da construção de seu templo que alegoricamente foi
instituída a Maçonaria, visto ter na lenda dessa construção o terreno fértil
para a transmissão de muitos de seus ensinamentos.
(Refrão)
Nobres inventos não
morrem
Vencem do tempo a
porfia
Há de séculos
afrontar
A pura Maçonaria
“Porfia” significa
“disputa”. Apenas as ideias nobres vencem a disputa contra o tempo. A
Maçonaria, por sua nobreza de ideais, tem sobrevivido ao passar dos séculos, ao
contrário de muitas outras instituições que sucumbiram diante do tempo, sempre
implacável.
(Refrão)
Humanos sacros
direitos
Que calcara a
tirania
Vai ufana
restaurando
A pura Maçonaria
“Calcar” significa
“pisotear”, “esmagar”, enquanto que “ufana” significa “orgulhosa”,
“triunfante”. Em outras palavras, a estrofe diz que: a pura Maçonaria vai
triunfante restaurando os sagrados direitos humanos que foram pisoteados pela
tirania.
(Refrão)
Da luz depósito
augusto
Recatando a
hipocrisia
Guarda em si com o
zelo santo
A pura Maçonaria
A Maçonaria guarda
em si, com o devido cuidado, a luz da razão. Em seu interior, a hipocrisia vai
sendo “recatada” (envergonhada), enquanto que a verdade é exaltada. A razão,
duas vezes citada no hino, está diretamente ligada à verdade, esta o oposto da
hipocrisia, pois não existe razão sem verdade, assim como a verdade só é
encontrada com a razão.
(Refrão)
Cautelosa esconde e
nega
À profana gente
ímpia
Seus Mistérios
majestosos
A pura Maçonaria
A Maçonaria mantém
seu caráter sigiloso e grupo seleto em proteção de seus augustos mistérios,
para que aquelas pessoas ofensivas ao que é digno não possam alcançá-los.
(Refrão)
Do mundo o Grande
Arquiteto
Que o mesmo mundo
alumia
Propício, protege e
ampara
A pura Maçonaria
E por fim, a
Maçonaria é posta como instituição sagrada, da qual o próprio Grande Arquiteto
do Universo é favorável, e por isso a protege.
(Refrão)
COMENTÁRIOS FINAIS:
Questão interessante sobre esse Hino,
que recebeu o nome genérico de “Hino da Maçonaria” por não ter sido
originalmente nomeado, é quanto a sua autoria. Várias fontes maçônicas o
colocam como sendo letra e música de D. Pedro I. Não há documento algum que
corrobore com essa teoria. Outras tantas fontes, inclusive o GOB, apontam o
autor como sendo Otaviano Bastos, o que é impossível. O próprio Otaviano
escreveu em sua obra “Pequena Enciclopédia Maçônica” que a música é de D. Pedro
I, mas a letra é de autor desconhecido.
Há ainda outra questão relacionada ao
hino e que merece atenção. Alguns escritores que se propuseram a interpretar o
hino, ao se depararem com o termo “recatando a hipocrisia”, não compreendendo
seu real significado, cometeram o gravíssimo erro de modificar a letra do hino
para “recatada da hipocrisia”, de forma que o hino pudesse se encaixar
devidamente aos seus entendimentos, em vez do contrário. Ora, imagine modificar
a letra de um hino musicado por D. Pedro I, cujo valor histórico e maçônico é
incalculável, para se alcançar a interpretação desejada… é o que podemos chamar
de “estupro da história”.
CONSULTAS:
GUIMARÃES, José Maurício: Dissecando
o Hino da Maçonaria. Portal “Formadores de Opinião” e Portal “Samaúma”.
RIBEIRO, João Guilherme da C.: O
Livro dos Dias 2012. 16a Edição. Infinity.
RUP, Rodolfo: O Hino Maçônico
Brasileiro. Portal Maçônico “Samaúma”.
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Compilado por Ir\ Roberto de Jesus Sant´Anna - M\M\
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