Roberto de Jesus Sant'Anna

sábado, 4 de abril de 2015

A PREVALENCIA DO ESPIRITO SOBRE A MATÉRIA - GRAU 3

A PREVALENCIA DO ESPIRITO SOBRE A MATÉRIA

A fim de compreender o título desta exposição é necessário, antes, conceituarmos os termos Espírito e Matéria para não os associarmos à ideia de antagonismos ou a conceitos populares despidos das suas verdadeiras significações e papéis que cumprem perante as Leis Universais.

Comecemos com a seguinte frase de Michelangelo que se aplica com perfeição às alegorias maçônicas:

“Dentro de um bloco de mármore habita uma linda estátua”.

É lógico dessa forma pensarmos, decodificando a alegoria supra, que a matéria, no caso, o mármore, cumpre o papel de envolver uma criação mais superior do que a forma bruta apresentada pelo bloco. E que o paciente e contínuo trabalho do cinzel faz emergir sob a forma de obra de arte.

No seu conceito normal, a matéria é qualquer substância sólida, liquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. Existem, ainda, conceitos subjetivos sobre o termo Matéria, porém interessa-nos, sobremaneira a definição posta pela Filosofia que ensina: “o que é transformado ou utilizado pelo trabalho do homem para um determinado fim”.

Isso posto, passemos a analisar o termo Espírito que, além dos seus significados populares e literários, tem em sua origem latina o seguinte sentido: a parte imaterial do ser humano, alma; e na Filosofia é o pensamento em geral, o sujeito da representação, com suas atividades próprias e que se opõe às coisas representadas; à matéria ou à natureza.

Comparando os conceitos expostos, para maior clareza no que pretendemos elucidar verificamos que: Matéria  substância concreta, palpável; Espírito  substancia imaterial

Matéria  substância sem vontade própria; Espírito  possui vontade própria, racionalidade em sua atividade e representação.

Em princípio, sem uma observação mais lógica da Natureza, tem-se a ideia de que espírito e matéria são contrários, portanto, antagônicos, mas a origem dos dois fluem do mesmo princípio universal – da Criação Divina.

Eis, então, a questão: O G
\A\D\U\criou a matéria e o espírito para se digladiarem ou para se completarem?

Basta uma simples observação dos acontecimentos na caminhada do ser humano neste planeta para concluirmos que a Matéria, na forma da Natureza, aí está para completar as necessidades do Espírito e servi-lo, de modo a fornecer-lhe a subsistência durante seu tempo de estada nesta escola.

Manda a lógica, ainda, nos remetermos ao fato de que o Espírito Humano – Criação de Deus – na sua Perfeição e Sabedoria infinitas, foi agraciado com um corpo material, como uma espécie de vestimenta, devendo através dele, cumprir sua tarefa de aprendizado, pelo fato de ainda reunir poucos sinais de evolução. Precisa da matéria para se expressar e locomover.

A interação e interconexão do Corpo Humano com o Espírito é algo notável e maravilhoso, motivo de introspecção e análise mais apurada, psicosomatismo esse que se diferencia de todos os outros reinos da natureza, onde predomina, nas formas mais vivas, o instinto.

Coloco, aqui, uma afirmação espiritualista que diz:
O Espírito dorme no mineral, acorda no vegetal, sonha no animal e, pensa no homem...

O corpo humano é um Templo sagrado, emprestado, com pouca durabilidade, que o Espírito tem o compromisso de zelar e de utilizar com sabedoria e equilíbrio.

O Espírito faz do corpo a sua sede que, de acordo com seu aprendizado, se manifesta em ideias e pensamentos os quais poderão gerar energias poderosas de transformação para o bem ou para o mal.

A matéria é, portanto, um instrumento físico compatível com o mundo em que estamos inseridos, que serve ao Espírito para sua jornada evolutiva.

É, entendendo dessa forma, que acontece a prevalência do Espírito sobre a Matéria.

Logo, o Espírito Humano deve compreender que veio para estar neste mundo, sem ser deste mundo! É a luta interior do velho conflito humano entre o ter e o ser...

As iniciações, no campo das Doutrinas Filosóficas, cuja crença em um ser superior é condição “sine qua non”, como a MAÇONARIA, colocam aos interessados, através de um processo iniciático, estruturas de conhecimentos esotéricos e intelectivos que preparam o NOVO HOMEM para a vida além do físico, da dependência material a que se atrelou por falta de avanço espiritual.

Voltando à frase de Michelangelo, podemos afirmar que o corpo humano abriga o que há de mais sublime da Criação Divina, através de SEU FLUIDO UNIVERSAL, que é a capacidade intelectiva e emotiva de perceber, sentir, interpretar e dar cumprimento às Leis que emanam de Sua Perfeita Justiça e Sabedoria no Espírito por ELE criado à sua semelhança.

O bom ou o mau uso dessa concessão divina dirá do estado moral de cada um, habilitando o homem à libertação da matéria ou mantendo-o preso, impedindo-o de alçar voos mais altos.

FONTE: Arabutan Alves Marinho M\M\

COMPILADO POR Ir\ ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\

R\E\A\A\ - GOSP / GOB

ANTROPOCENTRISMO MAÇÔNICO

Alguém, que não me lembro de quando nem quem, disse que, se fosse dado ao Homem o poder de viajar pelo de viajar pelo espaço cósmico com a velocidade da luz, ele, partindo da Terra em direção a Marte, em poucos minutos ali estaria, e, ali então, seria o centro do universo.

 Em um segundo momento, teria esse Homem o desejo de se deslocar em direção a  outro ponto ignoto no espaço cósmico, por mais distante que o fosse, a velocidade da luz e também ali estaria em tempo compatível com a relatividade espaço/tempo, e, lá chegando, também tal ponto seria o centro do universo, portanto, o centro do universo não se encontra em nenhum sistema planetário ou em galáxias, mas, o Homem que, graças a sua natureza evolucional constante e ininterrupta, é o elemento chave universal para se entender a obra do Gr.’. Arq.’. do Univ.’., uma vez criado que fora que fora para atingir o desiderato maior que vem a ser a Perfeição, conforme nos prometera o Cristo em suas palavras anotadas por Mateus, V: 44-48:

Absolutamente. A doutrina do Cristo é clara e cristalina e, se nos colocou diante de um exemplo de perfeição, é porque somos destinados a tal, sem sombras de dúvidas. Mas, como faremos.
Nós, simples seres humanos em estágio mediano de evolução, para alcançar tanta graça? É possível que a atinjamos em uma única existência, por mais profícua possa ela ter sido? Ou ainda, que a conseguiremos galgando os graus Maçônicos dos Ritos os mais diversos? Seria a Escada de Jacó uma alegoria relativa à ascensão a esses graus? Para todas as perguntas formuladas, a resposta é óbvia: não, não atingiremos a perfeição em uma única existência, e/ou galgando os graus e tampouco a Escada de Jacó representa tal disposição intima em atingi-la no menor ou maior espaço de tempo, porém, com certeza, teremos que voltar a este mundo várias vezes, vestindo roupagens novas para ninguém é dado o direito de descarregar sua carga nas costas de outrem.
A Maçonaria vem, através dos tempos, prodigalizando a seus adeptos a chave do grande mistério que é vida, mas para empunharmos esta chave, é necessária uma revolução intima que abale os alicerces de nosso acanhado conhecimento e promova uma mudança radical em nossas convicções, as quais, graças ao “aculturamento” a que fomos submetidos há milênios por religiões e religiosos descompromissados com a verdade eterna, acabaram por nos tornar em adoradores de ídolos e seguidores de deuses os mais estranhos, em detrimento ao Deus de Verdade e Amor, que nos foi mostrado em toda sua grandeza por seu filho unigênito.
William Shakespeare nos diz que a “a transformação é uma porta que só se abre por dentro”, e a Arte Real reside exatamente na condição dos ser humano em empunhar a chave e se decidir a abrir esta porta, contudo, não basta apenas a vontade de assim proceder.
Faz-se absolutamente necessário que a esta vontade se alie uma disposição resoluta e determinante de “gestar” o Homem Novo, qual Fênix a reviver das cinzas, e nascer novamente, mas, agora em uma ou mais reencarnações, mas, na presente vida e em cada vida, se faça uma ressurreição completa e total, deixando pós si os despojos do Homem Velho, qual indumentária gasta e rota pelo uso, molambos que o tempo se encarrega de esmaecer e reduzir a pó e ao pó voltará como dantes.
A ressurreição não ocorre da maneira como a entendem os teólogos defensores do retorno do espírito ao corpo que ocupara até a ocorrência da morte. O Gr.’. Arq.’. do Univ.’. não está à disposição do homem para derrocar Suas próprias leis naturais a fim de satisfazê-lo em devaneios e tolices respaldadas em uma teologia não compromissada com a Verdade Inefável.
Somos pó e ao pó voltaremos enquanto espíritos encarnados em corpos materiais apropriados ao nosso desenvolvimento moral, intelectual e físico, contudo, visando sempre à evolução do espírito, esse sim, imortal e criado a imagem e semelhança do Criador Incriado. A ressurreição é o símbolo da morte do Homem-Ego e o parto do Homem-Cósmico, gestado a partir do próprio Homem, ou seja, ela ocorre diversas vezes durante suas vidas terrenas, sempre que atinge um patamar de sabedoria que o torne cada vez mais, um ponto luminoso em beneficio da humanidade.
Cada momento da Iniciação Maçônica, cada Instrução, cada símbolo, em todos os graus de qualquer Rito, é um canto de houzanas ao progresso infinito a que está destinado o Homem. Não existe superficialidade na Maçonaria, a não ser nós, seus adeptos, que ali estamos exatamente para emergir dessa superficialidade e despontar em direção à luz Maior.
O antropocentrismo universal é lei de vida. Se nós, Homens, somos a mais perfeita obra do Senhor, lógico acreditar que estamos destinados a alçar patamares da evolução condizentes com a escalada perfeccional, apesar de nossas imperfeições morais, as quais, com o correr dos tempos, vão se depurando e transformando-se em aprimoramento do caráter humano.
Toda ocasião em que adquirimos um conhecimento a mais e o aplicamos em beneficio da sociedade como um todo, estaremos confirmando a condição de Homens voltados para o progresso e para a paz. A Maçonaria prodigaliza a seus adeptos todas as “ferramentas” necessárias à construção intima.
Quando ouvimos de qualquer obreiro que se faz necessário “modernizar” a Maçonaria, sentimos um estremecimento e uma angustia imensa, por não acreditar que ainda existam membros da Sublime Ordem com discursos tão retrógrados.
Como se faz para modernizar o que é sempre atualizado? É possível operar mudanças sensíveis em uma instituição cuja doutrina filosófica está há mais de mil anos à frente da humanidade? Nossa presunção é tamanha? Não seria mais lógico e salutar enxergarmos a imensa trave em nossos olhos, e, após retira-la, descobrir, maravilhados, o quanto estávamos atrasados em relação à Ordem a qual pertencemos, cuja disposição precípua é iluminar o caminho perfeccional para que o Homem evite os abismos eivados de vícios, de orgulho e egoísmo, de ódio e rancor, e passe a trilha-lo não como um conduzido, mas, orientado e amparado pela Sabedoria que os faz distinguir o certo do errado; palmilhando o caminho com a Força da determinação em chegar a seu término e, por onde passe, ornamentando-o com a Beleza da Virtude e do Amor?

É dever de todo Homem procurar o caminho da perfeição. É dever de todo Homem se iluminar. É dever de todo Homem lutar pela Liberdade de Consciência. É dever de todo Homem promover a Igualdade entre os povos. É dever de todo Homem difundir a Fraternidade universal. É dever de todo Homem mudar o mundo, a começar por si mesmo.
Façamos, pois, com que a Luz Crística oculta em nosso mais recôndito intimo se faça presente em todos os momentos de nossas vidas. Tornemos-nos pontos luminosos a espargir esta luminosidade pelos caminhos perfeccionais por onde caminha a humanidade, cabisbaixa e vencida pelas dificuldades, pelos abismos e escolhos originados da perplexidade com que o Homem encara sua vida na face da Terra.
Eis que são chegados os tempos de colher o que foi semeado. Preparemo-nos então condignamente para que a colheita seja farta e a messe repleta de bons resultados.


“Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes filhos de vosso Pai que está nos céus; o qual Vaz nascer o sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede vós logo perfeitos como também vosso Pai celestial é perfeito”.

Ora, se o Divino Amigo nos prometeu a perfeição, com certeza não estaria Ele brincando conosco e muito mentos mentindo, visando assim ganhar novos adeptos. 

Walter de Oliveira Bariani e escritor, Past Grão-Mestre da Grande
Loja Maçônica do Estado de Rondônia, além de ser Membro da Academia Maçônica de Letras do Estado de Rondônia e Membro Correspondente da Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas Universum, de Porto Alegre – RS, e da Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas Maçônicas de Juiz de Fora – MG.


COMPILADO POR ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M.'.M.'.
R.'.E.'.A.'.A.'. - GOSP / GOB