Roberto de Jesus Sant'Anna

terça-feira, 6 de outubro de 2015

TRONCO DE BENEFICÊNCIA OU SOLIDARIEDADE

Sinopse  Considerações a respeito do Tronco de beneficência ou de solidariedade; ritualística de coleta; interpretação mística e filosófica.

No Rito Escocês Antigo e Aceito é explicado ao neófito que o Tronco de Solidariedade arrecada dinheiro, denominado metais, que serão distribuídos depois aos necessitados.

O obreiro coloca seu óbolo na mão e a fecha, coloca-o dentro da bolsa de coleta e lá dentro a abre e solta sua doação, deposita para si mesmo, soltam-se os fluídos da ponta de seus dedos, energizando o conteúdo da bolsa, fecha a mão e retira-a fechada.

Ao retirar a mão fechada significa que assim como ele pode colocar o lhe ditar o coração, também poderá tirar quando necessidades o afligirem. Daí deduzindo que os necessitados a serem socorridos em primeira instância são os próprios irmãos do quadro.

Existem relatos que creditam a origem deste procedimento como remanescente ao tempo em foi construído o templo de Salomão, onde ferramentas, projetos, documentos e pagamento dos obreiros eram colocados dentro das colunas do templo, que eram ocas exatamente para esta finalidade.

O pagamento de companheiros e aprendizes origina-se da tradição de retirar do interior do tronco das colunas o salário a que faziam jus.

Mas a origem mais convincente e lógica é francesa, pois naquela língua a palavra "tronc" pode ser usada tanto para tronco humano como para caixa de esmolas.

Guarda-se apenas a simbologia deste procedimento, em verdade as colunas B e J dos templos atuais são meras figuras simbólicas e não são ocas.

A circulação ritualística da bolsa de solidariedade obedece ao formato de duas estrelas de seis pontas, que por sua vez são compostas cada uma por dois triângulos um dentro do outro, em posição invertida.

A marcha inicia no ocidente, entre colunas, em direção ao oriente. O irmão hospitaleiro coloca a bolsa colada a sua cintura, ao lado esquerdo do corpo e inicia a marcha.

Sem olhar para o que é depositado na bolsa vai passando por todos os obreiros em loja.

O venerável mestre, primeiro vigilante e segundo vigilante definem o primeiro triângulo; orador, secretário e guarda do templo definem o segundo triângulo, o que resulta na primeira estrela; depois passa pelos oficiais e obreiros do oriente, pelos mestres e oficiais da coluna do sul e pelos mestres e oficiais da coluna do norte, definindo o terceiro triângulo; companheiros, aprendizes e o cobridor externo formam o quarto triângulo e completam a segunda estrela.

E por fim, o cobridor externo segura a bolsa, e o próprio hospitaleiro deposita seu óbolo na bolsa, retoma a bolsa, lacra-a e conclui o giro da bolsa postando-se entre colunas. Comunica ao venerável mestre que a tarefa está cumprida e recebe instruções do que deve fazer em seguida.

Normalmente o hospitaleiro leva a bolsa lacrada até o altar do tesoureiro e ambos conferem o valor coletado. Em seguida o tesoureiro comunica ao venerável mestre o valor arrecadado.

Durante a circulação da bolsa nenhum irmão pode adentrar ou sair do templo.

Normalmente é momento em que os obreiros aproveitam para recolhimento espiritual ou relaxamento, pois o ato de doar é tido como místico, é o sacrifício da oferenda que se faz como culto ao conceito de Grande Arquiteto do Universo de cada um.

Para tornar o momento mágico o mestre de harmonia baixa a intensidade das luzes e executa músicas suaves. É uma parte do ritual que se não executado é considerado como se aquela sessão não foi válida, à exceção das sessões brancas.

O retirar de metais não ocorre no instante em que o obreiro retira a mão da bolsa, mas é solicitado ao venerável mestre que determinará a seu critério mandar efetuar sindicâncias, para só então fornecer os recursos financeiros ao irmão em necessidade.

Normalmente sequer é o beneficiado quem faz a solicitação, na maioria das vezes tal ação parte do hospitaleiro, mas pode ser qualquer outro irmão do quadro.

O irmão que não consegue pagar suas contas tem direito ao uso destes recursos? Não! Isto não é situação válida para obter recurso deste fundo.

O obreiro teve sua casa queimada ou uma doença grave sobre ele se abateu de forma inesperada, pode ser socorrido com recursos do Tronco de Beneficência? Sim! À critério do venerável mestre e da loja.

Sempre precisa haver razão válida, de real valor humanitário para se efetuar algum socorro. E esta ajuda é feita muitas vezes de tal maneira que o beneficiado sequer sabe de onde vem o recurso, é feita também de tal forma que não humilhe aquele; tem somente o objetivo de amenizar o sofrimento de quem realmente necessita. É por isto também conhecido como tronco da viúva, onde os filhos da viúva são os maçons.

Quando os fundos do tronco dos pobres ou da viúva atingem valor razoável, parte dele é destinado para obras de beneficência.

Nunca é totalmente gasto, sempre fica um fundo para a eventualidade de haver necessidade de socorrer algum irmão em real necessidade emergencial.

Não colaborar com o ato litúrgico do tronco de solidariedade é o mesmo que fugir da prática da caridade e torna o maçom indigno de exercer todos os demais privilégios maçônicos.

E se possuir posses que lhe permitam fazê-lo, e não o faz, torna-se desonesto para consigo mesmo, pois poderá ser ele próprio o beneficiário daquele óbolo que coloca na bolsa.

Se não colabora por vaidade ou avareza o seu caráter não é bom, ele deve desconfiar que tenha algo errado consigo mesmo.

Dar esmola não significa mixaria, ninharia, insignificância; é melhor que não coloque nada e arque com as consequências que sua consciência lhe exigir.

É pela beneficência que o verdadeiro maçom se torna digno na procura de alcançar a glória de merecer de parte daquilo que ele considera o Grande Arquiteto do Universo, o seu Deus, o prêmio de fazer parte da edificação da sociedade.

Em sendo tão séria, esta disposição então porque abusar da sorte: hoje está tudo bem, mas quem sabe o que o amanhã reserva?

Bibliografia:
1. ASLAN, Nicola, Grande Dicionário Enciclopédico de Maçonaria e Simbologia, Volume I, ISBN 85-7252-158-5, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 1270 páginas, Londrina, 2003;

2. CAMINO, Rizzardo da, Dicionário Maçônico, ISBN 85-7374-251-8, primeira edição, Madras Editora Ltda., 413 páginas, São Paulo, 2001;

3. CASTELLANI, José, Dicionário Etimológico Maçônico, A-B-C, Coleção Biblioteca do Maçom, ISBN 85-7252-169-0, segunda edição, Editora Maçônica a Trolha Ltda., 143 páginas, Londrina, 2003;

4. FIGUEIREDO, Joaquim Gervásio de, Dicionário de Maçonaria, Seus Mistérios, seus Ritos, sua Filosofia, sua História, quarta edição, Editora Pensamento Cultrix Ltda., 550 páginas, São Paulo, 1989.

Ir.'. ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M.'. M.'.

CIM 274460 - GOB/ GOSP

sábado, 4 de abril de 2015

A PREVALENCIA DO ESPIRITO SOBRE A MATÉRIA - GRAU 3

A PREVALENCIA DO ESPIRITO SOBRE A MATÉRIA

A fim de compreender o título desta exposição é necessário, antes, conceituarmos os termos Espírito e Matéria para não os associarmos à ideia de antagonismos ou a conceitos populares despidos das suas verdadeiras significações e papéis que cumprem perante as Leis Universais.

Comecemos com a seguinte frase de Michelangelo que se aplica com perfeição às alegorias maçônicas:

“Dentro de um bloco de mármore habita uma linda estátua”.

É lógico dessa forma pensarmos, decodificando a alegoria supra, que a matéria, no caso, o mármore, cumpre o papel de envolver uma criação mais superior do que a forma bruta apresentada pelo bloco. E que o paciente e contínuo trabalho do cinzel faz emergir sob a forma de obra de arte.

No seu conceito normal, a matéria é qualquer substância sólida, liquida ou gasosa que ocupa lugar no espaço. Existem, ainda, conceitos subjetivos sobre o termo Matéria, porém interessa-nos, sobremaneira a definição posta pela Filosofia que ensina: “o que é transformado ou utilizado pelo trabalho do homem para um determinado fim”.

Isso posto, passemos a analisar o termo Espírito que, além dos seus significados populares e literários, tem em sua origem latina o seguinte sentido: a parte imaterial do ser humano, alma; e na Filosofia é o pensamento em geral, o sujeito da representação, com suas atividades próprias e que se opõe às coisas representadas; à matéria ou à natureza.

Comparando os conceitos expostos, para maior clareza no que pretendemos elucidar verificamos que: Matéria  substância concreta, palpável; Espírito  substancia imaterial

Matéria  substância sem vontade própria; Espírito  possui vontade própria, racionalidade em sua atividade e representação.

Em princípio, sem uma observação mais lógica da Natureza, tem-se a ideia de que espírito e matéria são contrários, portanto, antagônicos, mas a origem dos dois fluem do mesmo princípio universal – da Criação Divina.

Eis, então, a questão: O G
\A\D\U\criou a matéria e o espírito para se digladiarem ou para se completarem?

Basta uma simples observação dos acontecimentos na caminhada do ser humano neste planeta para concluirmos que a Matéria, na forma da Natureza, aí está para completar as necessidades do Espírito e servi-lo, de modo a fornecer-lhe a subsistência durante seu tempo de estada nesta escola.

Manda a lógica, ainda, nos remetermos ao fato de que o Espírito Humano – Criação de Deus – na sua Perfeição e Sabedoria infinitas, foi agraciado com um corpo material, como uma espécie de vestimenta, devendo através dele, cumprir sua tarefa de aprendizado, pelo fato de ainda reunir poucos sinais de evolução. Precisa da matéria para se expressar e locomover.

A interação e interconexão do Corpo Humano com o Espírito é algo notável e maravilhoso, motivo de introspecção e análise mais apurada, psicosomatismo esse que se diferencia de todos os outros reinos da natureza, onde predomina, nas formas mais vivas, o instinto.

Coloco, aqui, uma afirmação espiritualista que diz:
O Espírito dorme no mineral, acorda no vegetal, sonha no animal e, pensa no homem...

O corpo humano é um Templo sagrado, emprestado, com pouca durabilidade, que o Espírito tem o compromisso de zelar e de utilizar com sabedoria e equilíbrio.

O Espírito faz do corpo a sua sede que, de acordo com seu aprendizado, se manifesta em ideias e pensamentos os quais poderão gerar energias poderosas de transformação para o bem ou para o mal.

A matéria é, portanto, um instrumento físico compatível com o mundo em que estamos inseridos, que serve ao Espírito para sua jornada evolutiva.

É, entendendo dessa forma, que acontece a prevalência do Espírito sobre a Matéria.

Logo, o Espírito Humano deve compreender que veio para estar neste mundo, sem ser deste mundo! É a luta interior do velho conflito humano entre o ter e o ser...

As iniciações, no campo das Doutrinas Filosóficas, cuja crença em um ser superior é condição “sine qua non”, como a MAÇONARIA, colocam aos interessados, através de um processo iniciático, estruturas de conhecimentos esotéricos e intelectivos que preparam o NOVO HOMEM para a vida além do físico, da dependência material a que se atrelou por falta de avanço espiritual.

Voltando à frase de Michelangelo, podemos afirmar que o corpo humano abriga o que há de mais sublime da Criação Divina, através de SEU FLUIDO UNIVERSAL, que é a capacidade intelectiva e emotiva de perceber, sentir, interpretar e dar cumprimento às Leis que emanam de Sua Perfeita Justiça e Sabedoria no Espírito por ELE criado à sua semelhança.

O bom ou o mau uso dessa concessão divina dirá do estado moral de cada um, habilitando o homem à libertação da matéria ou mantendo-o preso, impedindo-o de alçar voos mais altos.

FONTE: Arabutan Alves Marinho M\M\

COMPILADO POR Ir\ ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\

R\E\A\A\ - GOSP / GOB

ANTROPOCENTRISMO MAÇÔNICO

Alguém, que não me lembro de quando nem quem, disse que, se fosse dado ao Homem o poder de viajar pelo de viajar pelo espaço cósmico com a velocidade da luz, ele, partindo da Terra em direção a Marte, em poucos minutos ali estaria, e, ali então, seria o centro do universo.

 Em um segundo momento, teria esse Homem o desejo de se deslocar em direção a  outro ponto ignoto no espaço cósmico, por mais distante que o fosse, a velocidade da luz e também ali estaria em tempo compatível com a relatividade espaço/tempo, e, lá chegando, também tal ponto seria o centro do universo, portanto, o centro do universo não se encontra em nenhum sistema planetário ou em galáxias, mas, o Homem que, graças a sua natureza evolucional constante e ininterrupta, é o elemento chave universal para se entender a obra do Gr.’. Arq.’. do Univ.’., uma vez criado que fora que fora para atingir o desiderato maior que vem a ser a Perfeição, conforme nos prometera o Cristo em suas palavras anotadas por Mateus, V: 44-48:

Absolutamente. A doutrina do Cristo é clara e cristalina e, se nos colocou diante de um exemplo de perfeição, é porque somos destinados a tal, sem sombras de dúvidas. Mas, como faremos.
Nós, simples seres humanos em estágio mediano de evolução, para alcançar tanta graça? É possível que a atinjamos em uma única existência, por mais profícua possa ela ter sido? Ou ainda, que a conseguiremos galgando os graus Maçônicos dos Ritos os mais diversos? Seria a Escada de Jacó uma alegoria relativa à ascensão a esses graus? Para todas as perguntas formuladas, a resposta é óbvia: não, não atingiremos a perfeição em uma única existência, e/ou galgando os graus e tampouco a Escada de Jacó representa tal disposição intima em atingi-la no menor ou maior espaço de tempo, porém, com certeza, teremos que voltar a este mundo várias vezes, vestindo roupagens novas para ninguém é dado o direito de descarregar sua carga nas costas de outrem.
A Maçonaria vem, através dos tempos, prodigalizando a seus adeptos a chave do grande mistério que é vida, mas para empunharmos esta chave, é necessária uma revolução intima que abale os alicerces de nosso acanhado conhecimento e promova uma mudança radical em nossas convicções, as quais, graças ao “aculturamento” a que fomos submetidos há milênios por religiões e religiosos descompromissados com a verdade eterna, acabaram por nos tornar em adoradores de ídolos e seguidores de deuses os mais estranhos, em detrimento ao Deus de Verdade e Amor, que nos foi mostrado em toda sua grandeza por seu filho unigênito.
William Shakespeare nos diz que a “a transformação é uma porta que só se abre por dentro”, e a Arte Real reside exatamente na condição dos ser humano em empunhar a chave e se decidir a abrir esta porta, contudo, não basta apenas a vontade de assim proceder.
Faz-se absolutamente necessário que a esta vontade se alie uma disposição resoluta e determinante de “gestar” o Homem Novo, qual Fênix a reviver das cinzas, e nascer novamente, mas, agora em uma ou mais reencarnações, mas, na presente vida e em cada vida, se faça uma ressurreição completa e total, deixando pós si os despojos do Homem Velho, qual indumentária gasta e rota pelo uso, molambos que o tempo se encarrega de esmaecer e reduzir a pó e ao pó voltará como dantes.
A ressurreição não ocorre da maneira como a entendem os teólogos defensores do retorno do espírito ao corpo que ocupara até a ocorrência da morte. O Gr.’. Arq.’. do Univ.’. não está à disposição do homem para derrocar Suas próprias leis naturais a fim de satisfazê-lo em devaneios e tolices respaldadas em uma teologia não compromissada com a Verdade Inefável.
Somos pó e ao pó voltaremos enquanto espíritos encarnados em corpos materiais apropriados ao nosso desenvolvimento moral, intelectual e físico, contudo, visando sempre à evolução do espírito, esse sim, imortal e criado a imagem e semelhança do Criador Incriado. A ressurreição é o símbolo da morte do Homem-Ego e o parto do Homem-Cósmico, gestado a partir do próprio Homem, ou seja, ela ocorre diversas vezes durante suas vidas terrenas, sempre que atinge um patamar de sabedoria que o torne cada vez mais, um ponto luminoso em beneficio da humanidade.
Cada momento da Iniciação Maçônica, cada Instrução, cada símbolo, em todos os graus de qualquer Rito, é um canto de houzanas ao progresso infinito a que está destinado o Homem. Não existe superficialidade na Maçonaria, a não ser nós, seus adeptos, que ali estamos exatamente para emergir dessa superficialidade e despontar em direção à luz Maior.
O antropocentrismo universal é lei de vida. Se nós, Homens, somos a mais perfeita obra do Senhor, lógico acreditar que estamos destinados a alçar patamares da evolução condizentes com a escalada perfeccional, apesar de nossas imperfeições morais, as quais, com o correr dos tempos, vão se depurando e transformando-se em aprimoramento do caráter humano.
Toda ocasião em que adquirimos um conhecimento a mais e o aplicamos em beneficio da sociedade como um todo, estaremos confirmando a condição de Homens voltados para o progresso e para a paz. A Maçonaria prodigaliza a seus adeptos todas as “ferramentas” necessárias à construção intima.
Quando ouvimos de qualquer obreiro que se faz necessário “modernizar” a Maçonaria, sentimos um estremecimento e uma angustia imensa, por não acreditar que ainda existam membros da Sublime Ordem com discursos tão retrógrados.
Como se faz para modernizar o que é sempre atualizado? É possível operar mudanças sensíveis em uma instituição cuja doutrina filosófica está há mais de mil anos à frente da humanidade? Nossa presunção é tamanha? Não seria mais lógico e salutar enxergarmos a imensa trave em nossos olhos, e, após retira-la, descobrir, maravilhados, o quanto estávamos atrasados em relação à Ordem a qual pertencemos, cuja disposição precípua é iluminar o caminho perfeccional para que o Homem evite os abismos eivados de vícios, de orgulho e egoísmo, de ódio e rancor, e passe a trilha-lo não como um conduzido, mas, orientado e amparado pela Sabedoria que os faz distinguir o certo do errado; palmilhando o caminho com a Força da determinação em chegar a seu término e, por onde passe, ornamentando-o com a Beleza da Virtude e do Amor?

É dever de todo Homem procurar o caminho da perfeição. É dever de todo Homem se iluminar. É dever de todo Homem lutar pela Liberdade de Consciência. É dever de todo Homem promover a Igualdade entre os povos. É dever de todo Homem difundir a Fraternidade universal. É dever de todo Homem mudar o mundo, a começar por si mesmo.
Façamos, pois, com que a Luz Crística oculta em nosso mais recôndito intimo se faça presente em todos os momentos de nossas vidas. Tornemos-nos pontos luminosos a espargir esta luminosidade pelos caminhos perfeccionais por onde caminha a humanidade, cabisbaixa e vencida pelas dificuldades, pelos abismos e escolhos originados da perplexidade com que o Homem encara sua vida na face da Terra.
Eis que são chegados os tempos de colher o que foi semeado. Preparemo-nos então condignamente para que a colheita seja farta e a messe repleta de bons resultados.


“Mas eu vos digo: Amai os vossos inimigos, fazei o bem ao que vos tem ódio, e orai pelos que vos perseguem e caluniam. Para serdes filhos de vosso Pai que está nos céus; o qual Vaz nascer o sol sobre bons e maus, e vir chuva sobre justos e injustos. Porque se vós publicanos também o mesmo? E se vós saudardes somente vossos irmãos, que fazeis nisso de especial? Não fazem também assim os gentios? Sede vós logo perfeitos como também vosso Pai celestial é perfeito”.

Ora, se o Divino Amigo nos prometeu a perfeição, com certeza não estaria Ele brincando conosco e muito mentos mentindo, visando assim ganhar novos adeptos. 

Walter de Oliveira Bariani e escritor, Past Grão-Mestre da Grande
Loja Maçônica do Estado de Rondônia, além de ser Membro da Academia Maçônica de Letras do Estado de Rondônia e Membro Correspondente da Loja Maçônica de Estudos e Pesquisas Universum, de Porto Alegre – RS, e da Loja Fraternidade Brazileira de Estudos e Pesquisas Maçônicas de Juiz de Fora – MG.


COMPILADO POR ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M.'.M.'.
R.'.E.'.A.'.A.'. - GOSP / GOB

domingo, 22 de fevereiro de 2015

DA MAÇONARIA OPERATIVA À MAÇONARIA ESPECULATIVA - GRAUS 1 2 E 3

Se é difícil, conhecer, por falta de "documentos”, um pouco da Maçonaria operativa, a dificuldade é ainda maior com referência ao período que vai do fim da Idade Média a 1717, data da fusão de quatro lojas inglesas e, por isso mesmo, da constituição da Grande Loja de Londres.
Sabemos que, numa época relativamente recente (fim do século XV), não profissionais foram aceitos nas lojas de maçons operativos.
Seria muito instrutivo ter uma data um pouco mais precisa, o que permitiria ver por que foi permitida essa aceitação de uma pessoa estranha ao ofício, podendo o contexto histórico esclarecer essa transformação. Não se poderia ver nisso uma certa decadência, até mesmo uma queda no sentido em que, no tempo de Constantino, a Igreja Católica passou da forma esotérica à forma do esoterismo, sem que por isso, tanto num caso como no outro, tenha havido uma perda do depósito tradicional iniciático.
Uma tese das mais correntes entre os Franco-Maçons é de que a Maçonaria operativa teria entreaberto as portas das lojas a "proscritos religiosos", vítimas ao, mesmo tempo dos braços seculares e eclesiásticos, tais como os templários, os rosa-cruzes, os cátaros, os vaudois, etc. Achamos que existe uma confusão nascida da concepção errônea que faz da Franco-Maçonaria uma associação franca, isto é, provida de certas liberdades, quando então, como já demonstramos mais acima, a expressão pedreiro livre é ligada ao ofício de talhadores de pedra e por isso mesmo a uma realização espiritual operada em função do "corte" operativo da pedra. Que certos membros das citadas organizações tenham sido aceitos nas lojas, é muito provável, embora nenhum texto venha corroborar esta asserção. A questão principal é, na realidade, muito importante, pois mostraria, se pudesse ser autenticamente provada, a filiação existente entre certos graus superiores do Escocismo, o 18º e o 30º graus entre outros, com os rosa-cruzes e os templários. Somos de parecer que certas pessoas foram simplesmente agregadas às lojas em função mesmo de seu ofício profano (os médicos, por exemplo), ou de sua função sacerdotal (papel de capelão). Achamos que outros se fizeram iniciar em vista de sua própria realização espiritual, numa época, a da pretensa Renascença, em que, com exceção da Maçonaria, as iniciações artesanais, que conduziam aos pequenos mistérios, desapareciam umas depois das outras. Não é menos verdade que jamais saberemos por que a Maçonaria antiga aceitou profanos no ofício de pedreiro.
Goblet d'Alviella nos diz; "... esses membros honorários, chamados também de especulativos teóricos, geomânticos, em oposição aos maçons profissionais, práticos, dogmáticos (domatics), foram no início proprietários de terra, clérigos, funcionários, grandes senhores, cujo patrocínio podia servir aos interesses da corporação". É o inverso do que dizíamos mais acima. São os Maçons, os próprios Maçons que chamam para junto de si personagens importantes para com eles se protegerem. Essa teoria, embora não seja totalmente absurda, nos parece demasiadamente "moderna" e se identifica com a idéia que um maçom do início deste século poderia fazer ao pensar na Maçonaria imperial protegida pelo Marechal Magnan, imposto à Ordem por Napoleão III e em seguida "aceito" pela própria Ordem. Prossegue Goblet d'Alviella: "A partir do segundo terço do século XVII, vemos juntarem-se (aos Maçons), em quantidade cada vez maior, letrados, naturalistas, médicos, professores, arqueólogos".Trata-se, naturalmente, do que se passa na Inglaterra. A primeira anotação segura de um maçom aceito é a de John Boswell, de Auchinleck, cuja assinatura figura no processo verbal da Loja de Edimburgo, no dia 18 de junho de 1600; na Inglaterra, trata-se de Robert Moray, iniciado no dia 20 de maio de 1641, em Newcastle, "pelos membros desta mesma Loja de Edimburgo, que ali se achava com o exército escocês".

O problema de Elias Ashmole e dos rosa-cruzes

Elias Ashmole foi o célebre arqueólogo e físico inglês do século XVII, que "fundou em Oxford um museu que traz o seu nome".
O diário desse sábio nos oferece com precisão a data de sua admissão na Ordem Maçônica: 4h 30min da tarde do dia 16 de outubro de 1646. "Tornei-me franco-maçom em Warrington, no Lanchashire, com o Coronel Henri Mainwaring, de Karichan, no Cheshire". E mais tarde ele observa ainda em seu diário: "10 de março de 1682. Por volta das 5 horas da tarde, recebo uma convocação para me apresentar a uma Loja que deve reunir-se no dia seguinte em Mason's Hall, em Londres. Consequentemente compareci à reunião e, por volta do meio-dia, foram admitidos na Fraternidade dos Maçons Sir William Wilson, cavaleiro, o Capitão Rich. Bortwick, M. Will Woodman, M. Wim-Grey, M. Samuel Taylour e M. William Wise. Eu era o decano dos Companheiros presentes (pois já faz trinta anos que fui admitido). Estavam presentes ao meu lado os Companheiros a seguir relacionados: M. Tho Wise, Mestre da Companhia dos Maçons para o ano corrente, M.Thomas Shorthose, M. William Hamon, M. John Thompson e M. William Stanton. Fomos todos almoçar na taverna da Meia-Lua em Cheapside, reunidos num banquete solene, cujas despesas correram por conta dos novos Maçons aceitos".
Esse texto é importante por mais de uma razão. Inicialmente, refuta a asserção dos historiadores maçons que, por falta de referências aos textos, pretendem que Ashmole tenha sido um maçom pouco assíduo. Ora, vemos que recebeu uma convocação para uma reunião da Loja no dia 11 de março de 1682; é pouco provável que lhe tivessem enviado essa convocação, se comparecesse de uma maneira irregular a essas reuniões. Por outro lado, ele mesmo nos diz que era o decano dos Companheiros presentes, o que prova que conhecia perfeitamente os Irmãos que compunham a Loja e também que até então não havia senão Companheiros, o que desmente a asserção citada mais acima, de Daruty, segundo o qual o grau de Mestre foi instituído em 1650, após a morte de Carlos I (1649). Não se compreende, a ser verdade o que diz Raruty, por que um homem tão ilustre como Ashmole e, sobretudo tão antigo maçom não trouxesse o título de Mestre em 1682, após trinta e cinco anos de Maçonaria. Cabe ainda observar que "entre os companheiros recentemente recebidos, de que fala Ashmole, encontrava-se um baronete, Sir William Wilson e um oficial, o Capitão Richard Borthwick. É, portanto, evidente que os não-profissionais, como o próprio Ashmole, eram admitidos de imediato como Fellows e que não havia, no caso deles, a questão de um grau anterior. Mais ainda: os quatro outros membros recebidos na presença de Ashmole eram pessoas do ofício, que já figuravam anteriormente na qualidade de Mestres nos registros da Companhia dos Maçons. Como explicar? Ali estão Mestres que são, em seguida, promovidos a Companheiros". A admiração de Goblet d'Alviella, cujo texto acabamos de citar, é bastante ingênua. É evidente que os Mestres do Ofício que acabam de ser iniciados na Loja de Ashmole - estamos no século XVII - traziam um título corporativo provavelmente comprado a peso de ouro e por mais perfeitos pedreiros corporados que fossem, não tinham ainda recebido a iniciação que fazia deles verdadeiros operativos. Esta confusão entre "operatismo" e "corporatismo" é muito frequente entre os historiadores maçons.
Além disso, uma tradição muito sólida quer que Elias Ashmole tenha sido rosa-cruz e que foi por seu intermédio que a corrente rosa-cruz se introduziu na Maçonaria, o que justificaria a transmissão regular e, por isso mesmo, o valor iniciático do 18° grau da Franco-Maçonaria atual. Lionel Vibert, com muito bom senso, pode escrever sobre esse assunto: "Mas falta a prova histórica no que diz respeito à menor relação entre as duas organizações (os rosa-cruzes e a Maçonaria); não basta o fato de Ashmole e, outros terem sido, no século XVII e depois, ao mesmo tempo maçons e rosa-cruzes". H. F. Marcy, num certo sentido, tem também razão de ridicularizar a ousada afirmação de Gould, segundo a qual os rosa-cruzes teriam sido "o último elo de uma cadeia invisível ligando a Franco-Maçonaria nascente a uma escola científica qualquer da antiguidade, escola que, na atualidade, teria quase completamente caído no esquecimento A questão dos rosa-cruzes põe problemas graves que parecem ter sido complicados à vontade.
Se existiu uma Fraternidade dos rosa-cruzes no começo do século XVII, é dessa organização exterior que nasce a lenda de Christian Rosenkreutz; não serviu senão de salvaguarda para os escritos de Voalentin Andreae, autor de Noces chymiques de Ohristian Rosenkreutz.
Em 1623, foram afixados em Paris cartazes que se diziam dos "Irmãos da Rosa-Cruz, que, visíveis ou invisíveis, estavam na cidade e ensinavam todas as ciências", o que de longe tem o cheiro da mistificação. Do mesmo modo, um pouco mais tarde, em 1628, encontra-se em Londres "uma comunicação misteriosa... em nome do embaixador do Presidente da Sociedade dos Rosa-Cruzes (que) prometia ao Rei Carlos I depositar no tesouro real até três milhões de libras esterlinas, ensinar-lhe o meio de suprimir o Papa, de expandir a religião anglicana em toda a Cristandade e de converter os judeus e os turcos à religião cristã". Esse texto tem, pelo menos, o mérito de sublinhar que aqueles que se diziam rosa-cruzes eram oriundos de um movimento de reformados e convém lembrar, a propósito, que o selo de Lutero era formado por uma cruz ornada com uma rosa. Na realidade, esses personagens misteriosos não eram senão rosacrucianos (Leibnitz era um deles) e não rosa-cruzes. Essa distinção se prende a algo inteiramente diferente, "o termo Rosa-Cruz é ... a designação de um grau efetivo iniciático... a perfeição do estado humano, pois o próprio símbolo da Rosa-Cruz representa, pelos dois elementos de que é composto, a reintegração do ser no centro desse estado e a plena expansão de suas possibilidades individuais a partir desse centro; marca, portanto, Com exatidão, a restauração do 'estado primordial' ou, o que vem a ser a mesma coisa, o acabamento da iniciação nos 'pequenos mistérios' ". O que equivale, portanto, exatamente à realização espiritual própria da Maçonaria azul e não corresponde de modo algum a um grau maçônico de qualquer perfeição. Por outro lado, é compreensível que seria inútil a um grupo de pessoas ou mesmo a um indivíduo qualquer pretender-se rosa-cruz, pois se trata de um estado individual com tendência à "personalização" dessa individualidade. Mas, a confusão entre rosa-cruz e rosacrucianos é total na maioria dos casos. Assim, no século XIX, parece que Balzac, martinista, talvez franco-maçom, tivesse, sido um rosacruciano. Pode-se dizer rosacruciano, mas não rosa-cruz.
Aqueles que se apresentam como tal pertencem à primeira categoria e são "adeptos das ciências secretas: alquimia, astrologia, magnetismo, comércio com os espíritos, o que não ocorre sem misticismo e iluminismo. H. F. Marcy concluiu, com razão, que foram essas pessoas que provocaram "o aparecimento dos primeiros escritos satíricos de Andreae, que se reúnem sob o nome de manifestos rosacrucianos", aos quais já nos referimos anteriormente.

A formação da Grande Loja de Londres
Não se saberá jamais ao certo por que a Grande Loja de Londres foi criada em 1717. Sobre o assunto, escreve H. F. Marcy: "Cada oficina interpreta à sua maneira as Velhas Constituições (Old Charges) e entre as maneiras de proceder às iniciações, às reuniões, existe uma diversidade que, com o tempo e a longo prazo, pode destruir a unidade moral que permanece como o único vínculo entre os maçons aceitos. A confusão aumenta todos os dias e a velha instituição ameaça falir sem esperança de recuperação. Nesse país tão tradicionalista que é a Inglaterra, as Lojas se tornam cada vez mais 'ocasionais', deixam-se dispersar e se perderem seus arquivos, chega-se ao ponto de não se celebrar mais a festa anual de São João do Inverno, de não se realizar mais o banquete prescrito pelas 'velhas constituições' ". Marius Lepage, não sem fineza, observou com precisão o clima de incerteza econômica, social e política existente no começo da Grande Loja. Escreve Anderson "O Rei Jorge I chegou a Londres no dia 20 de setembro de 1714. Algumas lojas de Londres, desejosas de um ativo protetor, em face da incapacidade de Sir Christopher Wren (pois o novo rei não era franco-maçom e, além disso, não conhecia a língua do país), acharam por bem cimentar, sob um novo e grande mestre, o centro de união e de harmonia. Com esse objetivo, as lojas:
N° 1 - No Ganso Grelhado, na Praça da Catedral de São Paulo, Nº 2 - No Coroa, na Avenida Parker, perto da Avenida Drury,
Nº 3 - Na Taberna da Macieira, na Charles Street, Covent-Garden,
Nº 4 - Na Taberna Caneca de Vinho, na Channel-Row, Westminster, reuniram-se com alguns outros antigos irmãos no dito Macieira e, tendo dado a presidência ao mais velho mestre maçom, mestre de uma loja, constituíram-se numa grande loja, par interim na devida forma. “Resolveram restaurar a comunicação trimestral dos oficiais das lojas, reunir-se em assembléia nas festas anuais e escolher então entre eles um grão-mestre, na expectativa de terem a honra de ter à sua frente um irmão nobre”. Anderson acrescenta que no dia de São João Batista realizou-se uma assembléia de maçons "francos e aceitos" na Taberna do Ganso Grelhado, "na Praça da Catedral de São Paulo" e que estes (sic) elegeram com a mão levantada o "nobre Anthony Sayer para Grão-Mestre dos Maçons, o qual imediatamente investido nos adornos de seu ofício pelo mestre mais antigo, e instalado, foi felicitado pela assembléia, que lhe rendeu homenagem". Esse texto muito importante de Anderson mostra que Christopher Wren tinha uma função nas lojas antes de 1717. Ora, sabemos, segundo Aubrey, que na segunda-feira, 18 de maio de 1691, ocorreu uma reunião da loja em São Paulo e que Christopher Wren foi na ocasião "adotado como Irmão, e Sir Henry Goodric, da Torre, e diversos outros". Mas L. Vibert desmente que Wren tenha tido qualquer função e assegura que a afirmação de Anderson "não tem a mínima base documental". A partir, de 1717, a Maçonaria se dá então uma estrutura escrita e M. Lepage declara melancolicamente: "No meu parecer, a partir desse dia nefasto data o declínio da Maçonaria autenticamente tradicional. Ao se dar chefes e regulamentos gerais, os Maçons da época rejeitaram a mais bela idéia maçônica, isto é, "o Maçom livre, na loja livre.E B Jones: "...a nova Grande Loja viveu tranquilamente durante três anos. Em seguida, ela conheceu uma grande atividade, durante a qual as quatro lojas primitivas aumentaram em número até se tornarem sessenta e quatro, se se der crédito a uma lista registrada em 1725.
Dessas sessenta e quatro, cinquenta estavam em Londres (as outras no interior). . . ". Não é nosso propósito, como já o dissemos no Prefácio, acompanhar o desenvolvimento das lojas inglesas no século XVIII, do mesmo modo que o desenvolvimento das Lojas na França durante o mesmo período. É suficiente dizer, em função dos documentos ingleses, que uma loja se reunia em Paris (em 1725 ), na Rua de la Boucherie, na casa de Hure, dono de uma estalagem.
Em 1735, havia sete lojas em Paris e existiam algumas no interior. É nessa época que as lojas de Paris exigem da Grande Loja da Inglaterra o direito de formar uma Grande Loja provincial. Isto só é concedido em 1743 e resultou na constituição da Grande Loja inglesa da França. Diz M. Lepage: "A administração é de tal ordem medíocre, e, convém dizer, as Lojas se negam a se submeter a toda ingerência estrangeira, direta ou indireta, que essa Grande Loja declara-se independente em 1755, para assumir o título de Grande Loja da França", Mas nos antecipamos um pouco, tornando-se agora necessário apresentar os três personagens que marcaram profundamente o nascimento e o primeiro desenvolvimento da Maçonaria moderna ou especulativa: Anderson, Désaguliers e o cavaleiro Ramsay
A Franco-Maçonaria Simbólica e Iniciática.
Jean Palou.
Editora Pensamento.
Fraternalmente,
Virgilio Pinto Neto.

Isto é muito interessante. Na realidade, os geomânticos são os praticantes de uma espécie de adivinhação que se opera "ora traçando sobre a terra linhas e círculos, sobre os quais se acredita poder adivinhar o que se pretende saber, ora traçando ao acaso, no chão ou no papel, vários pontos sem observar qualquer ordem; as figuras formadas pelo acaso constituem a base de um julgamento sobre o futuro". (J. COLIN DE PLANCY, Dict. infernal, Paris, 1844, 3ª, p. 240, coluna 1.) A aceitação dos geomânticos na Maçonaria mostra, já naquela época, uma confusão entre esse método de adivinhação e o método dos cinco pontos da Maçonaria operativa para realizar Uma construção, que "consistia em fixar inicialmente os quatro ângulos, onde deviam ser colocadas as quatro primeiras pedras, depois o centro, isto é, a base, que era normalmente quadrada ou retangular, o ponto de encontro de suas diagonais; esses piquetes que marcavam os cinco pontos eram chamados Iandmarks e está ai sem dúvida o sentido primeiro e original desse termo maçônico". (R. GUÉNON, Symboles fondamentaux de Ia science sacrée, Paris, 1962, p. 295, nota 1.) Por esse exemplo, vê-se claramente o que separa os verdadeiros operativos dos maçons aceitos. Convém notar que os Cinco pontos da Mestria são, na Maçonaria especulativa, aplicados a um simbolismo corporal, representando o homem o próprio edifício (grau de Mestre).
Sobre a geomancia, ver E. CASLONT, TraiJé élémentaire de géomancie, Paris, 1935.
(2) GOBLET D'ALVIELLA, Des origines du grade de Manre dans Ia
Frane-Maçonnerie, Bruxelas, 1907, p. 17.
 (3) Lionel VIBERT, La Frane-Maçonnerie avant l'existenee des Grandes
Loges, Paris, 1950; p. 81.
Escreveu E. ASHMOLE: Faseieulus Chemieus of Chymieal Colleetions
expressing the Ingress, Progress and Egres:; of the seeret Hermetie scienee and
of the choieest and most famous authors, Londres, 1650; Theatrum Chemieum
Britannieum, Londres, 1652; The Way to Bliss, Londres, 1658; Diary and Will,
ed. R. T. GUNTHER, Oxford, 1927.
Sobre Ashmole ver entre outras obras: D. WRIGHT,Elias Ashmole: archaelogist,
astrologer, historian, rosicrueian and freemason, Londres, 1924; Lionel
VIBERT, op. cit., p. 111-112; H. F. MARCY, Essai, t. I, p. 53-56 e t. lI, p.
72-88; GOBLET d'ALVIELLA, op. cit., p. 17-19.
H. F. MARCY,t. I, p. 53.
Citado por H. F. MARCY, Essai, t. I, p. 53 e p. 55.
DARUTY, op. eit., p. 16.
GOBLET Ú'ALVIELLA, op. cit., p. 18-19.
Cf. R. GUÉNON. Aperçus sus l'initiation, Paris, 1953, 2: ed., p. 192-197
Lione1 VIBERT, QP. cit., p. 112,
GOULD, Histoire abrégée, p.100. Cf. H.F. MARCY,Bssai, t lI, p. 73.
Ver sobre os Rosa-Cruzes: R. AMBELAIN" Templiers et Rose-Croix, Paris, 1955; P. ARNOLD, Histoire des Rose-Croix, Paris, 1953 (cf. parecer crítico de M. LEPAGE, "La Rose Crucifiée", em Le Symbolisme, n.O5, 327, maio/junho de 1956, p. 301-310); F. HARTMANN, The secret Symbols of the Rosicrucians, Boston, 1888; W. E. PEUCKERT,. Die Rosenkreutzer, Iena, 1928; H. SCHICK, Das altere Rozenkreutzertum, Berlirn, 1942; Willy SCHRODTER, Geschichte und Lehre der Rosenkreutzer, Villach, 1956; F. WITTEMANS, Histoire des Rose-Croix, Paris, 1925; Frantz HARTMANN, Au seuil du sanctuaire, Paris, 1920; Ubaldo TRIACA, Le livre du Rose-Croix, 1950 (cf. parecer muito crítico de M. LEPAGE, "Faits et légendes", em LI! Symbolisme, setembro/utubro de 1958, n.O341, p. 5-18). As páginas de H. F. MARCY sobre o assunto (Essai,t. Il,p.' 72'88) não são desprovidas de interesse no plano histórico, más o fundo do problema não chegou a ser mesmo entrevisto. O pequeno livro de Serge RUTIN, HistQire des Rose-Çroix, Paris, 1962, 2." ed., será útil pelo menos quanto à abundante bibliografia: crítica. O livro de Sédir continua sempre importante e pode dispensar a leitura das outras obras; Enfim, recomendamos sobretudo a proveitosa leitura das páginas tão profundas de R. GUÉNON em Aperçus sur l'initiation, Paris, 2." ed., 1953, p. 241.243, que, ao contrário da maioria dos autores, estabelece as diferenças existentes entre Rosa-Cruzese Rosa-crucianos. No plano literário, ver o capítulo, não destituído de interesse,. embora tratando de um assunto particular, da tese recente de Louis GUINEI, Zacharias Werner et I'ésotérisme açonnique, La Haye, Mouton et Co:, 1962, p. 130-158 (Franc-Maçonnerie et Alchirnie). O número especial da revista. Le Voile d'Isis (Paris, Chacornac, 32º année, agosto/setembro de 1927) continua sendo muito importante com relação ao problema dos Rosa-Cruzes.
H. F. MARCY, Essai, t. n, p. 83, segundo GOULD, Histoire abrégée, p. 84.
R. GUÉNON, Aperçus sur l'initiation, op. cit., p. 242.
L.. César MOREAU, La Franc-Maçonnerie..., etc., Paris, 1855, cita
Balzac entre os Maçons célebres de seu tempo (p. 13 nota 1) e apresenta mesmo
"Soldados franceses, bravos guerreiros
Sede maçons em vossa ronda,
No campo, na terra e no mar,
Por toda parte criai oficinas:
O número de bons operários
Pode trazer a paz ao mundo".
Versos medíocres mais ou menos comparáveis aos apresentados por Balzac em Illusions perdues.
Jean PALOU, "L'ésotérisme de Balzac", em Bulletin de Ia société des amis de Balzac, 1953.
H. F. MARCY, Essai, t. 11, p. 87.
H. F. MARCY, Essai, t. I, p. 63.

M. LEPAGE, L’Ordre et les obédiences, p. 42-43.
ANDERSON, Constitutions de 'la confrérie des Francs et Acceptés Maçons, éd. M. Paillard, IV parte, p. 14-15.
A Taberna do Ganso Grelhado existia ainda em 1897, "uma escada em caracol, muito estreita, conduzia ao primeiro andar onde se encontrava uma sala de refeição de dimensões bastante amplas. Foi nessa sala, sem dúvida, que se realizou a reunião dos fundadores da Grande Loja" (Descrição de Roos ROBERTSON dada por L. DALTROFF,"La Taverne à l'Oie et au Gril, em L’Acacia, nº 29, maio de 1926, p. 477). Lê-se em Catéchismedes Maitres (Recueil précieux de la Maçonnerie adonhiramite, A Philadelphie, chez Philarethe, rue de l'Equerre, à l'Aplomb, 1787, p. 84): "Como ali chegastes (à sala do meio). - Por uma escada feita em forma de parafuso, que sobe por três, cinco e sete".
Citado por L. VIBERT,op. cit., p. 143.
L. VIBERT,op. cit., p. 143.
M.LEPAGE,VOrdreet les obédiences, p. 45.
B. ]ONES, Freemason's guide, p. 172, citado por M. LEPAGE, op.
cit., p. 47.
Essas lojas são: São Tomás, nº 1 renovada no dia 3 de abril de 1732, 12 de junho de 1726; loja de Coastown (Goustaud), 12 de junho de 1726; São Luís de Prata, chamada São Tomás II (Lebreton), 7 de maio de 1729; São Martinho (Peny père), 7 de maio de 1729; as Artes Santa Margarida, 15 de dezembro de 1729; São Pedro-São Paulo (Puisieux), 15 de dezembro de 1729; loja de Bussy (Aumont), 15 de dezembro de 1735. Os nomes próprios são os dos veneráveis que presidem a essas lojas (conforme G. BORD, op. cit., p. 155 e id.,
Sobre a evolução das Lojas tanto na Inglaterra como na França, consultem-se com proveito: H. F. MARCY,Essai,t. I, pp. 45-148;Gaston MARTIN, Manuel d'histoire de Ia Franc-Maçonnerie française, Paris, 1929, pp. 3-21, 32-118.
ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M\M\
GOSP / GOB - R\E\A\A\



SUPREMO CONSELHO DO BRASIL DO GRAU 33

Não é tarefa fácil escrever a História de uma instituição, que já tem cento e oitenta anos e cujos documentos, em grande parte, se perderam, por negligência, apropriação indevida e sanha dos “colecionadores”, que os exibem em seus arquivos particulares. 

Não é fácil, também, quando essa mesma instituição, há mais de setenta anos, é dicotomizada, proporcionando uma longa e infindável polêmica em torno de regularidade e legitimidade verdadeiras e não as sacramentadas por homens movidos, muitas vezes, por paixões pessoais, interesses, ou influências externas.

De 1832 a 1927 – ou seja, cento e cinco anos – o Supremo Conselho do Grau 33, no Brasil, foi um só, abstraídas pequenas e efêmeras dissidências. E a sua História, em grande parte, confunde-se com a História do Grande Oriente do Brasil – a Obediência Mater da Maçonaria Brasileira – com a qual ele fez fusão, a partir de 1854. Durante esse tempo, o Grão-Mestre do Grande Oriente do Brasil era, ao mesmo tempo, o Soberano Grande Comendador do Supremo Conselho. Por isso, nesse período, a História abordada é, praticamente, a do Grande Oriente do Brasil, limitando-se, o Supremo Conselho, a uma pura rotina administrativa interna.

Em 1927, ocorria o grande cisma na Maçonaria brasileira, o qual, originado no Supremo Conselho, teve repercussão na Obediência Simbólica, propiciando a criação das Grandes Lojas estaduais autônomas. No Supremo Conselho, embora o seu Soberano Grande Comendador tenha carregado todos os documentos e papéis administrativos da Oficina Chefe do Rito, para fora do local de funcionamento desta, não houve uma defecção unânime, mas, sim, um racha, praticamente ao meio. Isso fez com que, com os membros remanescentes, o Grande Oriente do Brasil reconstituísse o Supremo Conselho original, iniciando-se, aí, uma verdadeira batalha, para que as demais Oficinas Chefes do planeta reconhecessem, como regular e continuação do original, um dos dois Supremos Conselhos, a partir de então existentes no País.

Por circunstâncias várias e por um melhor e mais eficiente trabalho de bastidores, junto ao organizador da Convenção de Supremos Conselhos, de 1929, em Paris, o Supremo Conselho, então ligado ao Grande Oriente do Brasil, foi impedido, apenas por esse organizador, de participar do conclave e apresentar a sua versão dos fatos, enquanto que a facção, que, na realidade, fora dissidente – ou seja, discordara da orientação existente até 1927 – contava com as suas benesses e recebia os foros de legitimidade e regularidade, no território brasileiro.

O Supremo Conselho remanescente, ligado ao Grande Oriente do Brasil, recuperaria a sua autonomia, em 1951, sendo separada, a sua administração, daquela da Obediência Simbólica. A partir deste momento, a sua História é só sua, embora ligada, em alguns momentos, com a do Grande Oriente do Brasil.

Assim, o Supremo Conselho continuava tranquilamente, em sua rotina administrativa. Todavia, como funcionava na Rua do Lavradio, ficou em posição de expectativa, já que o Grão-Mestre Cyro Werneck informava que a Assembleia Constituinte do Grande Oriente iria se reunir, em 1960, para decidir se a sua sede continuaria no Rio de Janeiro, ou se seria mudada para Brasília. Já havia, porém na época, a intenção de instalar o Supremo Conselho em outro local, para que ele permanecesse no Rio de Janeiro, quando o GOB se transferisse para Brasília.

Em 07 de setembro de 1960, quando João Goulart assumiu, tendo Tancredo Neves como presidente do Conselho de Ministros, o Grande Oriente e consequentemente o Supremo Conselho, corriam o risco de perder a sede do Lavradio, por desapropriação para a reurbanização do centro do Rio de Janeiro. Em 1962, o GOB ainda brigava por seus direitos na Justiça.

A 15 de novembro de 1965, era assinado o Tratado de Amizade e Aliança Maçônica do Supremo Conselho com o Grande Oriente do Brasil, o qual foi publicado no Boletim Oficial nº 19, Ano III, novembro/dezembro – 1965, nos seguintes termos:


Tratado de Amizade e Aliança Maçônicas O Grande Oriente do Brasil, Potência Simbólica e o Muito Poderoso e Ilustre Supremo Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito, Potência Litúrgica, ambas com sede à Rua do Lavradio, nº97, ao Vale do Rio de Janeiro, Estado da Guanabara, hão por bem renovar, por este Instrumento, a Amizade a Aliança, que há mais de um século existem entre as referidas Potências. 

Art. 1º - O Muito Poderoso e Ilustre Supremo/ Conselho do Brasil para o Rito Escocês Antigo e Aceito (nas demais cláusulas denominado apenas Supremo Conselho) reconhece o Grande Oriente do Brasil, como única Potência regular, legítima e soberana, no Brasil, para os três graus simbólicos.
 

Art. 2º - Por seu lado, o Grande Oriente do Brasil reconhece o Supremo Conselho como única Potência regular, legal, legítima, soberana e Chefe do Rito, com exclusiva Autoridade e jurisdição no Brasil.




Este tratado, embora totalmente obsoleto, continua em vigor até hoje, mais de 47 anos após a sua entrada em vigor.

Em dezembro de 1973, no Boletim nº67, surgia pela primeira vez, a disposição do Soberano Grande Comendador em exercício, Ariovaldo Vulcano, de partir para a aquisição de uma sede própria para o Supremo Conselho, tanto pela necessidade de crescimento do Rito, quanto pela de adequação dos Corpos Filosóficos. A 13 de novembro, um dia depois das comemorações do 145º aniversário do Supremo Conselho, era lançada a pedra fundamental da nova sede própria. Em Sessão plenária do Supremo Conselho, a 14 de setembro de 1978, Vulcano comunicava que a inauguração da sede, no Campo de São Cristóvão, estava programada para o dia 10 de novembro.

A Secretaria de Cultura era uma velha aspiração de Vulcano, Maçom culto dedicado ao Supremo Conselho e ao Grande Oriente do Brasil. O primeiro Secretário de Cultura foi Américo Bispo da Silveira e o primeiro ocupante da Secretaria de Comunicação Social foi Ney Coelho Soares.

A 4 de setembro de 1986, era aprovada a criação do Grêmio de Radioamadores, que permitiria ao Supremo Conselho instalar uma Estação de Transmissão de Radioamador, com alcance em todo o País com a finalidade de transmitir boletim informativo semanal, sobre os assuntos de interesse de todos os Corpos Filosóficos.

A 19 de outubro de 1988, o Supremo Conselho do Brasil sofria uma enorme perda: o Soberano Grande Comendador Ariovaldo Vulcano, o dínamo que incentivou a construção da sede própria e que batizou e organizou os trabalhos administrativos do Supremo Conselho, falecia às 13h30.

Em 1995, foi criado o Museu Maçônico e Histórico do Supremo Conselho, por Ney Coelho Soares, Soberano Grande Comendador em exercício na época. No final de 1998, o Supremo Conselho lançava a revista “O GRAAL”.

O Supremo conselho continuou a crescer e tornou-se um grande complexo arquitetônico. Em 27 de junho de 2003, é inaugurada a Biblioteca Dr. José Ramos Penedo, que possui a função social de democratizar e disseminar a informação ao público. Seu acervo é formado por literatura maçônica e profana, monografias, teses, periódicos e material iconográfico. Há restrições de cesso ao acervo que possa violar a privacidade da Maçonaria.

Em 2007, o grande empreendedor Enyr de Jesus da Costa e Silva foi eleito Soberano Grande Comendador. Sua vida maçônica teve inicio no dia 20 de novembro de 1975, na Loja Copacabana do Grande Oriente do Brasil. No dia 14 de maio de 1976, iniciou na Loja de Perfeição Cruzeiro do Sul, começando assim sua caminhada nos Graus Filosóficos da Maçonaria e hoje tem a responsabilidade de ocupar o comando do Supremo Conselho do Brasil.

Em janeiro de 2010, sob a administração do Soberano Grande Comendador Enyr de Jesus da Costa e Silva, o Museu passou a ser denominado Centro Cultural Maçônico, espaço que reúne cultura de diversas formas, como exposições de longa duração e temporária, sala de leitura e teatro. É um espaço aberto ao público em geral, onde a visitação se estende às Câmaras Filosóficas, objetivando expor a cultura maçônica e sua influência na história do Brasil.

O Centro Cultural Maçônico participa anualmente da Semana Nacional de Museus, evento promovido pelo Instituto Brasileiro de Museus (Ibram/MinC). O evento possibilita aos visitantes uma viagem pela história, ciência e cultura nas instituições museológicas do Bairro de São Cristóvão, cumprindo o seguinte roteiro: Museu Nacional, Museu Conde de Linhares, Casa da Marquesa de Santos, 1º Batalhão de Guardas – Batalhão do Imperador – 1823, Centro Cultural Maçônico, Museu de Astronomia e Club de Regatas Vasco da Gama. Neste Projeto, o Centro Cultural Maçônico, durante dois dias – sábado e domingo – abre suas portas e atinge uma visitação de aproximadamente três mil pessoas.

Neste ano de 2012, sob a administração do Soberano Grande Comendador Enyr de Jesus da Costa e Silva, o Supremo Conselho possui 59 Órgãos: 39 Delegacias Litúrgicas, 1 Representação e 19 Colégios dos Grandes Inspetores Gerais sediados nas regiões mais desenvolvidas de cada Estado. Há também 759 Corpos Filosóficos Regulares: 290 Lojas de Perfeição, 257 Capítulos Rosa-Cruz, 130 Conselhos Filosóficos de Kadosch e 82 Consistórios de Príncipes do Real Segredo, todos constituídos por Obreiros em harmônica união com o Grande Oriente Do Brasil.

Sem dedicação não há conquista, assim neste ano de 2012, o Supremo Conselho do Brasil completa 180 Anos de muita dedicação de homens que consolidaram essa honrada Instituição. Parabéns ao nosso Soberano Grande Comendador Enyr de Jesus da Costa e Silva e a todos os Irmãos que tornaram esse fato histórico possível.

Fonte de pesquisa: CASTELLANI, José. O Supremo Conselho no Brasil: síntese de sua história, Rito Escocês Antigo e Aceito. Editora Maçônica “A Trolha”. Londrina:2000.

ROBERTO DE JESUS SANT´ANNA - M.'.M.'.
GOSP / GOB - R.'.E.'.A.'.A.'.